Especialista aponta o caminho para quem busca apoio de investidores-anjos

19/10/2015

Diante do pífio rendimento da poupança, mercado de ações e a maioria dos fundos de investimentos em renda fixa, diversos empresários e executivos visualizaram a oportunidade de utilizar suas experiências e conhecimentos para se tornarem investidores anjos de startups com alto potencial de crescimento. Camila Farani, vice-presidente da Gávea Angels, afirma que o atual cenário gerou um acréscimo de 30% no número de profissionais atuantes na associação em 2015.

No entanto, a executiva esclarece que a chegada desse novo contingente ainda não foi suficiente para aumentar de forma significativa os recursos aplicados nas empresas que surgiram neste ano em relação a 2014. “Como estamos vivenciando um período repleto de incertezas econômicas, obviamente os investidores ficam muito mais cautelosos para realizar qualquer aporte. De fato, até o momento do emprego de capital, a análise e o estudo do real potencial do negócio está sendo realizado em um espaço maior de tempo”, argumenta.

Umas das primeiras mulheres brasileiras a atuar no ecossistema, Camila afirma que, na atual conjuntura, ideias inovadoras com o intuito de solucionar problemas crônicos nas áreas da educação e saúde ganham cada vez mais a atenção dos investidores-anjos. “Por se tratarem de setores vitais para o desenvolvimento humano, modelos de negócios que atendam essas necessidades e possuam a perspectiva de melhorar a vida das pessoas estão conseguindo maior êxito na aquisição de capital”, complementa.

Apesar do panorama favorável para os dois segmentos, a executiva alerta também para a necessidade das startups postulantes à captação de investimento-anjo serem compostas por sócios com características heterogêneas e complementares, além de possuírem experiências profissionais relevantes e bom grau de maturidade. “Empreendedores com esses atributos dispõem de melhores possibilidades para atração de aporte”, acrescenta.

Outro ponto fundamental para o sucesso da jornada é a auto avaliação sobre o propósito da startup. De acordo com Camila Farani, antes de um pitch junto aos investidores, é necessário analisar com bastante aprofundamento se o produto e/ou serviço que será lançado tem o potencial de solucionar um problema ou falha real existente no mercado. “Feita a lição de casa e a resposta sendo positiva, os empreendedores precisam ter uma apresentação afiada com informações objetivas em relação ao tamanho do mercado com números, mapeamento de concorrência, potencial de lucratividade, futuro do negócio no médio e longo prazo, além das estratégias de saída (venda)”, explica.

Por fim, a executiva também esclarece um mito bastante comum entre empreendedores de que os investidores-anjos realizam apenas aportes em negócios nos quais sócios possuam conhecimento da parte técnica aliado com a habilidade para relacionamento e realização de negócios. “Obviamente, esse é o cenário ideal. No entanto, se o modelo de negócio for inovador, essa deficiência não será um fator impeditivo para o sucesso do processo, uma vez que a ausência de uma característica pode ser perfeitamente possível ser complementada pelo  time de colaboradores”, conclui.

Site: Administradores
Data: 18/10/2015
Hora: 11h12
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