Acordei e fui logo para a rotina matinal. Dentes, banho, withings, roupas, apple watch, jawbone up, visitas rápidas ao Facebook, Instagram, Twitter e Linkedin, café com as crianças e pegar o trânsito de São Paulo para a escola delas e depois para o meu trabalho. Impressionante como a tecnologia vai invadindo nossas rotinas. E pensar que essa revolução toda tem menos de 2 décadas. Como “early adopter” e consumidor ávido por tecnologia posso dizer que tive a sorte de nascer na década certa, no ano certo.
Tive a oportunidade de ver a TV mudar seu formato. Ela ficou colorida, depois plana, depois foi ficando fina passando por plasma, LCD e outras tecnologias. Agora assisto canais de pessoas comuns no youtube. Como o canal do Casey Neistat, um produtor de vídeos que largou tudo para abrir sua startup que consiste em um app de rede-social-de-vídeos chamado Beme. Tive a oportunidade de ouvir LP, K7, CD, DVD, MP3 até tudo isso desaparecer e virar nuvem. Eu vi os taxistas usarem o guia de ruas, migrarem para garmin (os mais abastados), até todos se rederem ao Waze.
Está ocorrendo uma revolução muito mais impactante do que foi a revolução industrial. Basta sairmos um pouco de nossa rotina de trabalhos do dia a dia e pesquisarmos para constatar esse fato. A energia elétrica está cada vez mais próxima do cidadão comum e seu transporte diário. Uma startup chamada Boosted, produz skates elétricos capazes de te levar ao trabalho e trazer de volta com apenas uma carga. Já a Quirky criou uma plataforma de inovação que praticamente terceiriza e monetiza todo processo de pesquisa e desenvolvimento. Tem uma ideia de um produto novo? Ao colocar no Quirky sua ideia será testada e poderá virar produto.
Enfim, hoje nada é impossível. Quer abrir uma loja de camisas com suas próprias estampas sem se preocupar em comprar maquinário, contratar pessoas, gerenciar cadeia de suprimentos? Sim, basta entrar no site da Startup Spreadshirt e em poucos passos sua loja online está pronta para vender.
Parece que estamos numa era mágica. Qualquer ideia pode ser alavancada desde que tenha valor e resolva algum problema. Os custos de se iniciar um novo projeto são mínimos. Plataformas em nuvem fazem grande parte do trabalho técnico, deixando prontas peças tecnológicas para serem encaixadas conforme sua idealização, conforme seu projeto.
Imagine que eu trabalhe em uma empresa de plano de saúde, e queira fidelizar meus clientes mais saudáveis. Seria ótimo se eu tivesse um ambiente para coletar informações de wearables como fitbit, withings, jawbone up, ou informações de saúde do Apple health ou Google fit de meus clientes. Cruzar essas informações diariamente com minha base de clientes de plano de saúde, e dar descontos progressivos aos clientes mais saudáveis.
Não seria legal? Mas como montar essa estrutura que conecta todas essas fontes de informações em tempo real? E se além disso, eu resolvesse colocar um tempero cognitivo sabendo quais clientes possuem qual tipo de doença crônica e além de dar descontos indicar quais atividades físicas seriam as mais indicadas? Esse é apenas um exemplo de ideia inovadora que essa revolução digital pode proporcionar às companhias. Empresas estabelecidas a décadas já entenderam que podem tanto, ou mais que as startups. É uma questão de iniciativa. É só querer.
(*) Henrique von Atzingen é executivo de Mobilidade da IBM Brasil
Site: CIO
Data: 22/10/2015
Hora: 9h08
Seção: Gestão
Autor: ------
Link: http://cio.com.br/gestao/2015/10/22/esta-na-hora-de-pensar-e-agir-como-uma-startup/