Aceleradoras criam programas de apoio para os iniciantes

30/10/2015

Aceleradoras de empresas do Espírito Santo e São Paulo criam novos programas de estímulo para empreendedores em início de carreira. A capixaba Start You Up (SYU) abriu uma representação nos Estados Unidos para facilitar o acesso de negócios brasileiros a parceiros comerciais e fundos estrangeiros. 

A Oxigênio, bancada pela Porto Seguro, do setor de seguros, iniciou suas operações em setembro e anuncia investimentos de US$ 150 mil por startup acelerada. Já o Centro Universitário Belas Artes de São Paulo lançou uma incubadora para dar suporte a projetos de alunos. Depois de seis meses de funcionamento, desenvolve sete empreendimentos já formalizados.

O programa Growth and Globalization, da aceleradora SYU, ganhou força em junho com a abertura da Start You Up, Inc. nos Estados Unidos. "O objetivo é levar empresas do Brasil com potencial para atuar em mercados globais", diz Fernando Rivera, diretor de estratégia e negócios internacionais, que trabalhou mais de 25 anos no mercado corporativo americano. A seleção de companhias para o programa é feita durante eventos e em congressos de startups. 

Depois de realizada a seleção, os empresários passam por etapas de estruturação do negócio, transferência para o exterior e atração de investimentos. Duas empresas participam da iniciativa: a Tippz, de soluções de business intelligence (BI) para fabricantes de bebidas, que já está sendo avaliada por investidores do Vale do Silício, nos Estados Unidos? e também a Polen, que desenvolveu uma ferramenta de micro doações por intermédio de compras on-­line. "Estamos confiantes. O ano de 2016 será de movimento para as startups que ajudem o Brasil a entrar em um novo ciclo de crescimento". 

A ideia de criar a Start You Up (SYU) começou em 2010, quando um dos fundadores, Marcílio Riegert, voltou da Alemanha. Lá, ele observou como um ecossistema de inovação funcionava e decidiu criar algo parecido em Vitória, no Espírito Santo. A aceleradora abriu suas portas em 2012, com investimento dos sócios. Atualmente, trabalha com recursos próprios e de investidores privados. Aplica até R$ 150 mil em cada companhia acelerada.

De acordo com Rivera, a aceleradora tem 19 empresas no portfólio, como a Baixou, de comparação de preços? a Algrano, de crowdsourcing para cafés especiais, e a Payparking, plataforma móvel que facilita pagamentos em estacionamentos. O grupo também criou a Startify, que utiliza os conhecimentos do programa de aceleração e de metodologias de empreendedorismo para oferecer cursos sobre inovação para pequenas e grandes companhias. 

Na incubadora do Centro Universitário Belas Artes de São Paulo, criada em fevereiro deste ano, o plano para 2016 é abrigar seis novas startups e intensificar a capacitação dos empreendedores residentes, que atuam no segmento de economia criativa (design, arquitetura, artes e comunicação). O núcleo tem sete negócios incubados e 12 na fila de espera. Entre as empresas iniciantes, estão a Avanti Construtura, que conquistou clientes na área de execução de obras de pequeno e médio portes, e a ForTwo, de serviços de fotografia para casamentos LGBT (sigla para lésbicas, gays, bissexuais, travestis, transexuais e transgêneros). 

De acordo com o professor Wilson Santos, a ideia da incubadora surgiu porque havia a necessidade de apoiar projetos criados no centro universitário. O núcleo não tem patrocínio direto de empresas, mas pode fazer parcerias com investidores interessados nas startups. Para se manter, o núcleo cobra mensalidade nas fases de incubação, além de um percentual do lucro depois da graduação. "A maior parte dos projetos desenvolvidos pelos alunos envolve mídias sociais, com aplicativos para celular", afirma Santos.

Em setembro, a Porto Seguro anunciou o lançamento da Oxigênio Aceleradora, no bairro de Campos Elíseos, no centro de São Paulo. Além de dar suporte para novas empresas, a ideia é fazer acordos com os empreendimentos que desenvolvem produtos com algum diferencial de mercado para a seguradora.

O programa de aceleração vai investir diretamente US$ 50 mil em cada empresa e outros US$ 100 mil serão aplicados em forma de benefícios e recursos para os empreendedores, como workshops e sessões individuais de mentoring com executivos da Porto Seguro e de outras corporações. As primeiras inscrições para o projeto foram encerradas este mês, mas o objetivo é selecionar dez negócios ao ano. A prioridade é para startups que já tenham um produto ou protótipo constituído. 

As etapas de aceleração da Oxigênio Aceleradora devem começar em janeiro de 2016, com duração de seis meses, sendo três deles no Brasil e o restante nos Estados Unidos, em parceria com a aceleradora Plug and Play, sediada no Vale do Silício.

 

Site: Valor Econômico
Data: 30/10/2015
Hora: 05h
Seção: Tecnologia
Autor: Jacilio Saraiva
Link: http://www.valor.com.br/empresas/4293658/aceleradoras-criam-programas-de-apoio-para-os-iniciantes