Há uma janela de oportunidades aberta para investidores e empreendedores e ela atende pelo nome de crise. Pelo menos é algo que especialistas que participaram de evento promovido pela Telefónica Vivo nesta quarta-feira (11), em São Paulo, concordam. “É tempo de ser eficiente”, aconselham quase que em uníssono.
Desde 2010, o Grupo Telefónica tem lançado uma série de iniciativas que busca investir em projetos universitários, passando por startups a empresas mais maduras. Sob o nome de "Open Future", o programa global de inovação aberta já aplicou recursos superiores a 500 milhões de euros até então. No Brasil, um dos seus braços mais bem sucedidos é a aceleradora Wayra.
Lançada em 2012, a companhia já acelerou 49 empresas digitais no País. Segundo a Telefónica, ao longo deste ano, tais startups faturaram juntas mais de R$ 30 milhões, um número bem superior aos R$ 8,5 milhões obtidos em 2014.
“Triplicamos o faturamento mesmo em um ano de crise”, ressalta Carlos Pessoa , diretor da Wayra.
Em momentos de recessão, empresas jovens de base digital são a solução mais palpável e ágil para empresas tradicionais que não conseguem desenvolver internamente produtos disruptivos para se destacarem no mercado.
“Chamamos de Open Future, por que o futuro é aberto. A inovação surge em salas como essa, em garagens e não mais exclusiva entre engenheiros ou nos laboratórios de grandes empresas”, diz Santiago Fernández Valbuena, Diretor de Estratégia do grupo.
Eficiência
Para Carlos Pessoa, da Wayra, cenários econômicos como o atual pedem por uma postura mais gestora dos empreendedores com o objetivo de aumentar a eficiência, permitindo que a empresa continue crescendo.
“Perseverança é fundamental, gestão e controle também. Mas tem muita oportunidade. É um momento onde empresas grandes já estabelecidas precisam de soluções inovadoras para se diferenciarem e a um baixo custo e quem oferece isso são startups”, diz Pessoa em entrevista ao IDG Now!
Atualmente, a Wayra conta com 15 startups brasileiras em aceleração. Além do investimento de US$ 50 mil, diante de uma participação de até 10% da Telefónica, startups recebem consultoria, mentoria e podem usufruir da infraestrutura do escritório de co-working da Wayra, em São Paulo.
No portfólio de startups aceleradas pela Wayra Brasil há empresas em saúde, varejo, gestão empresarial, telefonia, beleza, moda e comunicação.
Em três anos desde o lançamento da iniciativa no Brasil, Carlos indica que a maturidade das empresas também aumentou.
“No começo a gente recebia muita empresa que não era empresa, eram Power Points e ideias. Hoje recebemos empresas com faturamento, clientes e isso já mostra maturidade do empreendedor, que sabe que não dá mais para chegar para um investidor somente com uma ideia. Ele, necessariamente, precisa mostrar capacidade de execução, por que no final do dia é isso que faz a empresa dar certo ou não. Não é só a ideia ser boa, é o time de empreendedores que é capaz de realizar aquilo”, aconselha.
Inovação em Telco
Em maio deste ano, o Open Future lançou seu mais novo braço de investimento, o CIP Telco Fund. No total, o fundo conta com US$ 200 milhões para investimento em um prazo de cinco anos. Empresas que desenvolvam tecnologias disruptivas para o setor no âmbito de network, redes, Internet das Coisas, Business Intelligence e Big Data são o alvo do programa.
Segundo Ana Segurado, diretora do Telefónica Open Future, o fundo não conta ainda com nenhuma parceria oficializada, mas está em busca de empresas que tenham o perfil exigido na América Latina, Europa, Estados Unidos e pólos de inovação como Israel.
Site: Computerworld
Data: 11/11/2015
Hora: 18h20
Seção: Carreira
Autor: Carla Matsu
Link: http://computerworld.com.br/nao-ha-crise-para-empreendedor-eficiente-dizem-investidores