O combate ao terrorismo já era um dos 12 eixos do plano estratégico de Segurança física e virtual dos Jogos Olímpicos 2016, mas após os atentados de Paris, 'foi dado o alerta', como o próprio CEO do Rio 2016, Sidney Levy, admitiu nesta quarta-feira, 25/11, na solenidade de inauguração do Centro de Operações Tecnológicas (TOC) - na sede do Rio 2016, no Rio de Janeiro.
"As ações de segurança são tratadas desde sempre, mas é evidente que Paris motivou mais cuidado", sinalizou Levy, pontuando que o tema será tratado em sintonia pelo Governo brasileiro e pelas 60 delegações estrangeiras que estarão presentes no evento. Nesta segunda-feira, 25, inclusive, houve uma reunião onde o governo brasileiro apresentou o plano de segurança desenhado para os Jogos Olímpicos.
"O Centro de Comando de Operações do Rio de Janeiro vai centralizar pelas ações de segurança", informou ainda Levy. De acordo com informações do Ministério da Justiça, o Centro Integrado de Comando e Controle Nacional (CICCN), localizado na sede do Departamento de Polícia Rodoviária Federal, em Brasília, e que respondeu pelo comando unificado da segurança nas 12 cidades-sede da Copa do Mundo, será transferido, no período dos jogos para a cidade do Rio de Janeiro e ficará instalado no Centro de Comando de Operações do Rio de Janeiro, no centro da cidade. A unidade da capital federal servirá de retarguada para as ações.
Há um grande temor de incidentes cibernéticos - em Londres foram contabilizados 27 mil incidentes, de acordo com dados revelados por Michele Hyron, chefe de Integração da Atos para os Jogos Olímpicos 2016. Especialistas acreditam que esses ataques podem vir a quintuplicar nos jogos do Rio, mas o diretor de Tecnologia do Rio 2016, Elly Resende, preferiu não dar números. "Temos um time de Segurança da Informação que está trabalhando forte para mitigar todo e qualquer risco de forma pró-ativa", frisou o executivo.
Nesta quarta-feira, 25/11, o Centro de Operações Tecnológicas- TOC - que vai supervisionar todos 144 locais Olímpicos de competições e não competições - foi ativado para a fase final de testes. A operação oficial está agendada para começar no dia 25 de julho de 2016, quando o TOC passará a funcionar sete dias da semana/24 horas por dia.Dois testes relevantes ainda serão feitos: um em março e outro em maio, quando serão simulados os dias programados de maior movimentação de espectadores e de cobertura de mídia. "A proposta é estressar ao máximo. Não pode ter erro", frisou Michele Hyron. Até o momento, a equipe de TI já realizou 40% das 200 mil horas de testes previstas para a área de TI.
Ainda do ponto de vista de tecnologia, pela primeira vez, a ATOS, uma das fornecedoras, criou um centro redundante para garantir as operações. Esse TOC fica em Barcelona e terá 150 especialistas dedicados no Brasil. "Vamos replicar essa estrutura também na Olimpíada de 2020, em Tóquio", disse o gerente de operações de TI da Atos para o Rio 2016, Marcelo Grimaldi.
Segundo dados divulgados pela organização, operar a TI dos Jogos Olímpicos equivale a montar e operar a TI de uma empresa com 200 mil funcionários que vai atender a quatro bilhões de clientes, numa operação 24 horas por dia, sete dias por semana.
Com a decisão de virtualizar os servidores, os jogos estão usando 250 equipamentos - na Olimpíada de Londres, em 2012, foram 1000 servidores. Pela primeira vez, também, haverá o uso da computação em nuvem. O sistema usado é uma espécie de ERP da organização, onde dados são distribuídos. "Na próxima Olimpíada teremos mais sistemas em nuvem", complementou Marcelo Grimaldi.
*Ana Paula Lobo viajou a convite da ATOS à inauguração do Centro de Operações Tecnológicas do Rio 2016
Site: Convergência Digital
Data: 25/11/2015
Hora: ------
Seção: Segurança
Autor: Ana Paula Lobo
Link: http://convergenciadigital.uol.com.br/cgi/cgilua.exe/sys/start.htm?infoid=41220&sid=18