Como a Geração Y está conduzindo o crescimento da tecnologia no sudeste da Ásia

01/12/2015

O mundo parece estar observando com interesse, entusiasmo e até mesmo ansiedade para a Geração Y, também conhecida como Millennials. A grande questão é que, apesar de já terem sido erroneamente chamados de preguiçosos, os indivíduos nascidos de 1980 a 1996 serão os responsáveis pelo futuro dos negócios internacionais e pela economia digital global.

Basta uma rápida busca no Google para encontrar caminhões de dados e especulações sobre os millennials americanos e europeus. No entanto, para a cena tecnológica no Sudeste Asiático, a palavra millennials é importante, mas menos falada. Para destacar a importância desta geração para a região, o site Tech in Asia relatou nove maneiras como os millennials estão conduzindo o crescimento da tecnologia no Sudeste Asiático. Confira: 

1. A maior geração da história até agora, e eles adoram smartphones 

Dentre as 7 bilhões de pessoas no mundo, 1,8 bilhão podem ser chamadas de geração Y. Eles são a maior geração de todos os tempos. Eles são influentes e afetam decisões de compra dos parceiros e de seus pais. Os millennials vão ganhar mais dinheiro do que a geração baby boomer (seus pais) até 2018. Para o Sudeste Asiático, isto é interessante porque a região abriga grande parte destes 1,8 bilhão. Os millennials vieram durante um período de mudança tecnológica, globalização e rompimentos econômicas. Isto lhes dá um conjunto diferente de comportamentos e experiências. Países como a Indonésia estão vendo uma nova geração digital que não conhece um mundo sem internet ou smartphones. 

2. Conhecimento em mídias sociais e conversas sobre marcas

Não é nenhum segredo que quase todos com idades entre 15 e 35 anos usam mídias sociais como Facebook, Twitter e Instagram. Estudos mostram que 41% de todos os millennials ao redor do mundo têm uma conta de rede social e eles usam essas contas para expressar opiniões sobre marcas e empresas. Eles podem ser grandes defensores ou os piores críticos, tudo depende da sua experiência online com a marca.

A relação desta informação com o Sudeste Asiático é que as startups precisam levar as mídias sociais muito a sério, especialmente em lugares como Jacarta, que agora é conhecida como a capital do Twitter no mundo. As startups precisam criar presença nas redes sociais para se envolver com os clientes que têm algo a dizer sobre elas. 

3. Interesse em horários flexíveis leva a mais trabalho remoto

Este é o caso dos millennials de todo o mundo, mas pode ser particularmente aplicado ao Sudeste Asiático. As Filipinas tem visto um aumento no seu número de trabalhadores remotos, com o Upwork (anteriormente chamado de Elance-oDesk) atuando como o principal veículo para milhões de freelancers online. Entre janeiro de 2010 e abril de 2014, os freelancers das Filipinas ganharam mais de US$ 207 milhões no total, um número considerado grande quando se leva em conta que a região ainda está construindo sua conectividade. Os moradores da região também estão começando a ver que trabalhar de casa pode ser mais vantajoso do que manter um trabalho presencial.  De acordo com um portal da Indonésia chamado Qerja (a versão local do Glassdoor), designers gráficos de grandes empresas regionais, como a Ciputra Group e o portal de notícias Detik, ganham cerca de US$ 400 por mês, um valor muito inferior ao que se poderia receber fazendo trabalhos freelancer em tempo integral para clientes internacionais. 

4. Mobile é a palavra de ordem

Empresários devem saber que se a geração Y for o seu público-alvo, é melhor colocarem uma parcela maior de seu investimento em marketing mobile. Um estudo recente da comScore descobriu que 18% dos millennials, aqueles com idade entre 18 e 34 anos, utilizam a internet apenas em dispositivos móveis, em comparação com apenas 5% das pessoas com idade entre 35 e 54 anos.

No sudeste da Ásia, este fenômeno é ainda maior. Startups de tecnologia estão deixando de lado a criação de sites web e indo direto para sua versão mobile. A adoção de smartphones ultrapassou a adoção de computadores pela primeira vez nos últimos dois anos. A tendência é real em países como Singapura, Malásia, Indonésia e até mesmo Hong Kong.

5. Millennials vão ajudar a impulsionar ou quebrar seu e-commerce

O comércio eletrônico está recebendo muita atenção em mercados como Malásia, Singapura e Indonésia, com a maioria dos compradores, naturalmente, sendo millennials. Mas também é importante ter em mente que países como a Indonésia ainda não atingiram o seu dividendo demográfico. Mais de 50% da população ainda está com idade inferior a 30 anos, a maioria ainda não atingiu o seu auge em termos de poder de compra.

Por esta razão, as empresas de comércio eletrônico estão na corrida para conseguir uma posição favorável no mercado antes que ele atinja um esperado ponto de inflexão. O comércio eletrônico ainda representa apenas 1% de todo o varejo na Indonésia. Em países como as Filipinas, este número é semelhante. Enquanto os últimos quatro anos foram uma corrida interessante para o e-commerce no Sudeste Asiático, especialistas dizem que os próximos três ou quatro anos serão os que realmente vão contar. 

6. Uma afinidade com o empreendedorismo

Uma recente pesquisa realizada com 5.500 millennials de todo o mundo realizada pela Visa e Millward Brown, revelou que 83% dos entrevistados na Indonésia pensam em um dia abrir o seu próprio negócio. 79% dos filipinos deram a mesma resposta, enquanto 8% afirmaram já ser empreendedores.

Embora nunca tenha sido tão fácil iniciar um negócio próprio como é atualmente, os millennials do Sudeste Asiático, ao contrário de seus pais, sabem que eles devem pensar regionalmente ou mesmo globalmente desde o primeiro dia. Usar a internet para cultivar novas vendas e realizar o marketing de seu negócio é algo que os millennials reconhecem como essencial para o crescimento de um empreendimento.

7. Um apetite insaciável por serviços sob demanda

Com a informação sempre disponível ao alcance dos dedos, os millennials se acostumaram a um estilo de vida on-demand. Em geral, a geração Y é formada por usuários sofisticados de tecnologia e estudos mostram um aumento da afinidade e do apetite deles por serviços sob demanda. No Sudeste Asiático não é diferente. 

Embora o acesso a este tipo de serviço tenha sido mais tardio, uma série de startups on-demand tem surgido e ganhado popularidade na região. Empresas como ServisHero, da Malásia, Seekmi e Go-Jek, da Indonésia, ganharam força e têm se mostrado bem sucedidas no segmento. No Vietnã, um serviço chamado Vi?c Nhà, é o mais sucedido. Trata-se de um serviço sob demanda semelhante ao Uber, que leva trabalhadores, como empregadas domésticas e encanadores, até a casa dos clientes.

8. Eles são ambiciosos

A pesquisa realizada pela Visa também mostrou que 72% dos millennials na Ásia afirmam que são ambiciosos e possuem grandes sonhos. A geração Y dos mercados emergentes, como as Filipinas, se mostram mais ambiciosos em alcançar posições de liderança do que nos mercados desenvolvidos, de acordo com um levantamento realizado em 2015 pela Millennial Survey. Mais de 65% dos millennials em mercados emergentes aspiram tornar-se um "líder ou executivo graduado dentro de sua atual empresa", em comparação com menos de 38% em mercados como França e Alemanha. 

9. Preferência por soluções automatizadas

Uma pesquisa também mostrou que se consumidores da geração Y tiverem uma pergunta que não possa ser respondida imediatamente, mais de 50% deles vai abandonar uma transação online. A saída para engajar estas pessoas é melhorar a experiência do usuário. As empresas de tecnologia precisam fornecer opções que dão aos millennials respostas na ponta dos dedos. Eles precisam de soluções de autoatendimento para resolver os seus dilemas o mais rapidamente possível sem precisar buscar respostas em outro lugar.

 

Fonte: Tech in Asia

Site: Canaltech
Data: 01/12/2015
Hora: 9h43
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