Falta incentivo à indústria de jogos eletrônicos no Brasil

07/12/2015

A indústria de jogos eletrônicos não tem sido devidamente estimulada no Brasil, o que tem feito sua ascensão ocorrer de forma mais lenta no País. O setor chega a movimentar até US$ 80 bilhões no mundo, conforme projeções de empresas na área. Contudo, esses recursos não estão sendo aproveitados pela indústria nacional, na avaliação de especialistas do setor.

O tema foi discutido em audiência pública esta semana na Câmara dos Deputados, promovida pela Comissão de Ciência e Tecnologia, Comunicação e Informática (CCTCI). De acordo com o presidente da Associação Comercial e Industrial das Empresas de Jogos do Brasil, Moacyr Alves, o Brasil não incentiva o produtor local a fazer games.

"A mão-de-obra empregada para fazer um game é cara porque são necessários um programador, um art designer, um sound designer. A produção já é encarecida pela mão-de-obra qualificada, e ainda tem a famosa carga tributária brasileira e os encargos trabalhistas. Fica quase impossível", relatou Alves.

Ele destacou que, enquanto o produto fabricado no País chega às lojas com imposto de até 35%, em plataformas digitais o game pode ser vendido a preços mais acessíveis por estar livre de impostos. Esse mercado vai desde os jogos de entretenimento - como os de ação e de música - aos jogos educativos, usados em escolas e os chamados "jogos sérios" usados em empresas.

Para o presidente da Subcomissão Especial do Desenvolvimento Científico e Tecnológico da Região Nordeste, deputado JHC (PSB-AL), o Brasil está perdendo o capital intelectual de jovens desenvolvedores para outros países por falta de incentivos políticos e financeiros. Segundo ele, é preciso reconhecer os games como esporte, como já fizeram Coreia do Sul, França e Estados Unidos.

“Queremos ter esse reconhecimento para que eles não fiquem à margem da sociedade. Há um preconceito, falam que game gera sedentarismo e que há jogos de violência. Mas isso é deseducação das pessoas, porque na verdade não entendem e têm um preconceito. O xadrez também, se você for pensar, é um esporte intelectual", justificou.

O deputado informou ainda que a subcomissão discute a implantação de uma zona franca tecnológica na região Nordeste voltada para o desenvolvimento de softwares de jogos e outras plataformas digitais.

(Com informações da Câmara dos Deputados)

 

Site: Agência Gestão CT&I
Data: 04/12/2015
Hora: 17h44
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