O conselho administrativo da Qualcomm, fabricante de chips para smartphones e dispositivos digitais móveis, anunciou nesta terça-feira (15/12) que não vai levar adiante a ideia de dividir-se em duas companhias, como chegou a ser aventado pelo CEO Steve Mollenkopf em julho de 2015.
Em julho, durante o anúncio dos resultados fiscais do terceiro trimestre fiscal encerrado em 28 de junho, Mollenkopf disse que estaria trabalhando na reestruturação dos custos da companhia, que terminava o trimestre com queda de 14% na receita, comparada com o ano anterior, e 47% nos lucros líquidos. Ele informou que tinha contratado consultores externos para revisar a estrutura da companhia a avaliar se uma eventual cisão aumentaria seu valor.
Na união, a força
Nesta terça-feira, no entanto, a Qualcomm anunciou que vai manter suas operações de fabricação e design de chips juntas e que concluiu que a estrutura atual a coloca na melhor posição para ter produtos lucrativos no longo prazo. Segundo a empresa, ela se beneficia duplamente por ter operações de pesquisa e desenvolvimento e manufatura de chips dentro de casa, porque ao mesmo tempo em que pode licenciar novas tecnologias, também pode aperfeiçoar os produtos que vende.
A Qualcomm licencia componentes de Internet das Coisas (IoT) e para smartphones para outras empresas integrarem aos seus próprios chipsets, um modelo que é comum na indústria de componentes. A própria Qualcomm, por exemplo, licencia os núcleos de processador que ela usa para os projetos da ARM, que não fabrica seus próprios chips.
Ela no entanto também compete com seus clientes porque fabrica e vende seus próprios produtos. Esse modelo permite à empresa inserir suas tecnologias no mercado de smartphones e encorajar outros fabricantes de chips a licenciar seus produtos.
Tempos bicudos
Mollenkopf tem enfrentado tempos difíceis tentando mudar o rumo da corporação enquanto enfrenta ao mesmo tempo uma queda contínua de receita e lucro desde que começou a reestruturação. No trimestre encerrado em 27 de setembro, a receita da Quacomm caiu 18%, comparada com o ano anterior, e os lucros declinaram 44% com relação ao mesmo período de 2014.
A Qualcomm acena com uma queda ainda maior da receita para o trimestre que se encerra em dezembro, que pode ser entre 15% e 27%. A empresa no entanto espera reduzir a queda na lucratividade, estimada para 23% ou menos, por conta do seu programa de corte de custos.
* com reportagem de Peter Sayer, IDG News Service
Site: Computerworld
Data: 15/12/2015
Hora: 16h23
Seção: Negócios
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