Desenvolver um produto adotado por grandes grupos, como uma operadora de comunicação, é o sonho de qualquer startup. Foi o que aconteceu com a carioca Abacomm Brasil que, em parceria com a Oi, criou um sistema de gestão de dados. "Com o nosso aplicativo instalado em smartphones, o pessoal de campo da empresa consegue acompanhar todas as informações coletadas nas ruas, em tempo real", explicam os sócios Douglas Fischer e Hugo Alves. O sistema, que também ajuda a reduzir custos com logística, foi lançado em 2015 e é usado por mais de 700 profissionais da Oi.
Fischer e Alves fundaram a Abacomm em 2012, depois de um investimento de R$ 200 mil. A partir de 2013, passou a atuar como uma butique de inovação tecnológica voltada para os setores de telecomunicações e saúde. "Os clientes nos procuram para rever rotinas que estão engessadas ou muito burocráticas", explica Fischer, que comanda 13 profissionais. "Estudamos os processos, avaliamos como o uso da tecnologia pode simplificálos e propomos soluções baseadas em software."
Quando a equipe da Abacomm não está debruçada sobre um projeto sob medida, costuma criar produtos próprios, focados no mercado de smartphones. Já desenvolveu aplicativos para ajudar usuários na inclusão do nono dígito nos números de celulares e até uma espécie de Tinder canino, que auxilia donos de animais a encontrar parceiros para seus cães.
A empresa é incubada no Instituto Genesis, da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUCRJ), e entrou nos programas de inovação da Oi há cerca de dois anos. Faturou R$ 2 milhões em 2015, com previsão de chegar a R$ 3 milhões neste ano.
A Tecmuda, criada em 2015, participou do programa Academic Working Capital (AWC) do Instituto TIM, no mesmo ano, mas preferiu atuar longe do setor de telecomumicações. Fundada por alunos da Escola Politécnica da Universidade de São Paulo (USP), pretende levar novas alternativas de automatização para o agronegócio, segundo os sócios Fernando Velloso, Fernando Lopes e Henrique Oliveira. O carro-chefe da empresa de quatro funcionários é uma máquina que realiza a seleção automatizada de mudas de eucalipto. A solução é baseada em um software de inteligência artificial que usa o reconhecimento de imagens para operar.
"O programa do Instituto TIM foi fundamental para levar o nosso projeto do meio acadêmico para o mercado, com acesso a mentorias e rede de contatos", diz Velloso, que está negociando entregas para grupos do setor de papel e celulose e estuda uma fusão com uma empresa de tecnologia. A previsão é faturar R$ 250 mil em 2016.
Site: Valor Econômico
Data: 31/03/2016
Hora: 5h
Seção: Empresas
Autor: Jacilio Saraiva
Foto: ——
Link: http://www.valor.com.br/empresas/4504698/sonho-e-ter-o-produto-adotado-por-grandes-grupos