Muitas organizações de TI acham difícil prever com precisão o ROI de um projeto e depois não conseguem atingir os benefícios esperados quando o projeto é concluído. Às vezes, isso acontece porque os problemas inesperados surgem.
Em outros casos, os projetos descarrilam porque a equipe esqueceu de se preparar para as armadilhas comuns, como estas:
1. É perda de tempo
Às vezes, os líderes de TI apenas "sabem" que um projeto é uma boa ideia e decidem que comprovar com números é um desperdício de tempo. "Há uma tendência a ver o business case como um obstáculo para conseguir o dinheiro, porque você intui que é um bom investimento", diz Peter Weis, vice-presidente e CIO da Matson. Mas isso não é bom o suficiente, adverte. É importante aprender a fazer suas próprias projeções de ROI. "Não é mais aceitável supor que você vai ser perdoado por não saber finanças porque você é de TI", diz ele.
Nos dias de hoje, todas as empresas líderes de TI reconhecem a importância do retorno sobre o investimento ao decidir quais os projetos que devem ser feitos. Mas poucos realmente entendem os princípios financeiros, diz Weis.
O executivo se sentiu tão fortemente pressionado que voltou para a escola para fazer um MBA. "Em um programa de dois anos, você aprende sobre finanças em profundidade", diz ele.
Se você não tem ou não pode adquirir esse nível de experiência financeira, garanta que alguém de confiança no seu departamento tenha.
2. É tudo igual
Há grandes projetos, há pequenos projetos, e há projetos que não são opcionais, porque eles estão mandatórios por questões como conformidade regulatória. Não faz sentido tratá-los todos igualmente, mas algumas empresas fazem exatamente isso, disse Matt Wyman, ex-vice-presidente de TI da Terex Corp, desde fevereiro principal executivo de Ti Delivering Robust Technology.
"Se uma empresa tenta colocar todos os projetos na categoria de ROI, alguns problemas de alto risco podem ficar comprometidos", diz ele.
"Temos três níveis de gastos, e nós colocamos projetos em caixas diferentes", acrescenta Wyman. "Os projetos de menor custo não passam pelo mesmo nível de escrutínio". É melhor deixar que os gestores tomem essas decisões menores, acrescenta.
3. As unidades de negócios passam o bastão
O CIO tenta agradar a todos, mas às vezes os pedidos de líderes de negócios não dizem muito sobre ROI, diz Michael Smith, vice-presidente do Gartner. "Alguém vai dizer: 'Precisamos de meios de comunicação social." Isso expressa uma tecnologia, não uma necessidade de negócio. "O profissional de TI pode avaliar algumas soluções de mídia social e chegar a um plano de implementação, mas todo mundo vai ter pulado a etapa em que você projeta um benefício mensurável de negócio", diz Smith.
Em vez disso, ele deve trabalhar com pessoas de negócios e finanças para chegar a um determinado benefício do negócio mensurável. "Você não pode apenas ficar para trás como o Mágico de Oz e dizer-lhe para ir buscar a vassoura da Bruxa Má do Oeste", diz Smith. "Finanças deve desempenhar um papel de treinador."
E quais são os melhores métodos para calcular o ROI?
Uma análise de custo-benefício simplesmente compara o custo de um projeto com o benefício financeiro esperado. Tempo de retorno do investimento mede quanto tempo um projeto vai levar para pagar a si próprio. Taxa interna de retorno visa determinar a rentabilidade de um investimento ou projeto. Um projeto é atrativo quando sua TIR for maior do que o custo de capital do projeto. Todas essas medidas são significativas para os CFOs e os líderes de TI precisam saber usá-las.
E quando um projeto de TI deve ser feito, mas não pode ser justificado por ROI direto?
Uma boa abordagem é o uso de fórmulas como as oferecidas pelo Gartner. A consultoria tem um sistema que mede 54 tipos de benefícios e define o impacto econômico de cada um. "É melhor do que criar métricas nebulosas", diz Smith. "Considere coisas como" intimidade com o cliente. " Se uma nova tecnologia melhora a sua intimidade com o cliente de 50% para 75%, um CFO vai perguntar: 'Qual a receita que vamos chegar com isso?' A maioria de nós não sabe responder a essa pergunta", afirma.
Para um "refresh" do projeto, tais como a migração de sistemas legado, fórmulas semelhantes podem estimar o custo de não fazer o projeto, tanto em termos de necessidades de manutenção futuras e quanto o aumento do risco de indisponibilidade.
Weis é cético, no entanto, quanto ao uso de qualquer método de fixação de um valor em dólares para o risco de uma falha do sistema."Se dissermos que é um problema de milhões de dólares em caso de uma interrupção desse sistema, vão nos perguntar quais são as chances de uma interrupção. Ela pode ser 0,03%, mas você nunca vai obter realmente esse percentual", argumenta. Assim, em vez de tentar calcular o risco, Weis inclui informações sobre coisas como o risco de uma interrupção do negócio em sua discussão narrativa de benefícios potenciais de um projeto.
Faça uma análise de sensibilidade
A análise de sensibilidade identifica as variáveis que determinam o sucesso do projeto. Mesmo que o seu departamento de TI tenha um histórico positivo de conclusão de projetos no prazo e dentro do orçamento, é importante fazer uma análise de sensibilidade detalhando como o como ROI será afetado se as coisas não correrem de acordo com o planejado.
Lembre-se: outros grupos, além da TI, também estão competindo pelos mesmos recursos. E isso não é uma coisa ruim. "Se a TI quer ser tratada como qualquer outra parte do negócio - e deve - nós devemos estar preparados para sermos analisados com o mesmo nível de rigor e disciplina que outras partes do negócio são", diz Matt Wyman. "Eu adoraria mais dinheiro, não me interpretem mal. Estamos sujeitos às mesmas restrições financeiras que o resto da da empresa. "
"Devemos ajudar a analisar essas escolhas, de modo que o CFO e CEO possam tomar as decisões certas para os acionistas", acrescenta Weis.
"Você tem que ser verdadeiro sobre isso", acrescenta. Na Matson, diz ele, qualquer ameaça de interrupção dos negócios a partir de uma falha de um sistema essencial é "um problemão" Mas é importante não levantar a possibilidade de uma queda dramática a menos que ela seja uma possibilidade real. "Você tem que ser justo e razoável quando você faz essa afirmação", diz ele. "E você não pode dar essa cartada com muita frequência."
Site: CIO
Data: 15/06/2016
Hora: 7h27
Seção: Tecnologia
Autor: Rodrigo Fragola
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Link: http://cio.com.br/tecnologia/2016/06/15/tres-armadilhas-impedem-boas-projecoes-de-roi-em-ti/