HPE desenvolve computador que funciona como um cérebro humano

20/06/2016

 

A Hewlett-Packard Enterprise acredita que, no futuro, os computadores serão capazes de tomar decisões semelhantes às tomadas por um humano. A companhia desenvolveu o protótipo de uma máquina que emula a forma como o cérebro de uma pessoa funciona. A solução é baseada em uma nova arquitetura que, talvez, redefina parâmetros da informática atual.

Um cérebro pode ser encarado como um computador biológico extremamente eficiente, capaz de relacionar uma infinidade de tipos de dados, como sons e cheiros, e realizar processamento paralelo disso sem que haja perdas em termos de velocidade.

A meta da HPE é criar chips que garantam o processamento rápido para tomada de decisões baseado em probabilidades e associações. Esses chips usariam modelos de aprendizado e algoritmos para entregar resultados aproximados que ajudem a embasar a tomada de decisão.

Esse processo de desenvolvimento ainda está longe de ser viabilizado comercialmente, mas a fabricante testa um protótipo com essa abordagem. O sistema “beta” consiste em uma placa de circuitos e memória e foi revelado pela primeira vez durante o Discover, evento que a empresa promoveu essa semana.

A solução foi desenvolvida para operar de forma idêntica a neurônios, organizados em uma rede neural com trilhões de conexões, chamadas sinapses. Isso permite que aproximadamente 100 bilhões de neurônios realizem processamento paralelo, que é transmitido via impulsos elétricos e químicos ao corpo de uma pessoa. A ideia da HPE é usar uma estrutura semelhante em um circuito.

“Estamos replicando essa arquitetura de computação paralela do cérebro usando tecnologia de memristor e um design específico”, afirmou Cat Graves, pesquisador científico do Hewlett Packard Labs.

Menristor é um novo tipo de estrutura de armazenamento em memória que pode fazer com que sistemas de inteligência artificial, no futuro, compreendam mais dados de forma mais correta. Trata-se de um modelo diferente dos SSDs e DRAM atuais, que apenas armazenam dados.

Com sinapses, o aprendizado e retenção em um circuito é determinado pela corrente e fluxo de dados. O plano é levar esse modelo às máquinas. “Há um potencial de que tal abordagem seja incrivelmente mais poderosa, economize tempo, reduza a complexidade computacional e não sofra com gargalos”, afirma Graves.

Os pesquisadores da HPE organizaram esses memristores em uma estrutura em grid para ver como isso as configurações trabalhariam de forma mais eficientes para diferentes tipos de algoritmo. Cerca de 8 mil cálculos foram gerenciados em um ciclo, provando que o modelo ganhava velocidade quando a organização da estrutura do hardware atendia especificidades do software.

A abordagem não substitui processadores de uso geral, como GPUs e CPUs. Todo tipo de computação usando chip neuromórfico ainda é aproximativa, baseada em probabilidade e não totalmente precisa. “E em um banco você não vai querer que os cálculos sejam apenas aproximados”, balanceou.

O plano da HPE é que a estrutura atue como uma espécie de “coprocessador” que adicione inteligência ao computador em tarefas específicas, como reconhecimento de imagem ou de voz.

A abordagem proposta é diferente da defendida por companhias como Qualcomm, com inclinação mais orientada ao software, e IBM, que defende um tipo diferente de arquitetura. Como a indústria ainda engatinha na criação dessas inovações, ainda há muito que evoluir para saber quais modelos tendem a prevalecer.

 

Site: Computerworld
Data: 17/06/2016
Hora: 12h25
Seção: Tecnologia
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