Foco na área de TI facilita o acesso a recursos em condições melhores

O foco em inovação favorece o acesso do segmento de tecnologia da informação à linha MPME Inovadora, do BNDES, que já chega a quase 80 contratos até agora. A Seekr, de Blumenau (SC), é uma das empresas favorecidas. Fundada em 2010 com foco em monitoramento de mídia social, a Seekr criou uma plataforma de relacionamento com base em softwares de atendimento digital e no ano passado fechou contrato de R$ 850 mil por meio do Banco Regional de Desenvolvimento do Extremo Sul (BRDE) para acelerar o lançamento do produto, frente ao cenário de chegada de players internacionais do setor.

De quebra, a startup foi escolhida pela IBM como IBM Global Entrepreneur (GEP), com benefícios como uso de servidores em valor próximo a R$ 1 milhão por ano e contatos internacionais, e recebeu aporte do fundo Cventures Primus, da gaúcha CRT. "Inovação não é só ser diferente, também é lançar primeiro", diz o CEO Ricardo Heidorn.

Outra startup catarinense com contrato intermediado pelo BRDE é a Catamoedas. Em novembro último, a empresa, fornecedora de máquinas para guarda e troca de numerário, fechou seu segundo contrato, no valor de R$ 1,1 milhão, para desenvolvimento de um cofre inteligente, o Caixa Fácil Mini. O lançamento é fruto de parceria com a Prosegur e já nasceu com duas patentes depositadas e inovações, como a contagem do dinheiro guardado em tempo real e o sistema de sensores que acionam o alarme diante de algum problema.

O primeiro contrato, em 2014, estimulou o desenvolvimento de um equipamento para facilitar a troca de moedas por notas pelos consumidores. "As condições são atraentes", elogia o diretor Jeferson Montibeller. Neste caso, carência de 18 meses, mais 78 meses para pagar, com juros pré­fixados de 6,5% ao ano e uso do Fundo Garantidor. Os resultados vieram rápido.

Na primeira semana do lançamento comercial do cofre inteligente, em junho, foram vendidas cinco unidades do produto. Na semana seguinte foram 11. Outras 60 estão sendo vendidas para uma rede de farmácias.

Em maio, o faturamento superou o volume registrado ao longo de todo o ano passado, R$ 3,5 milhões.

Já a Geociclo, especializada em biotecnologia, dá o exemplo de investimento em inovação não relacionada a TIC. A empresa literalmente nasceu em laboratório, em 2007, para pesquisar e desenvolver projetos relacionados a ganhos de produtividade na agricultura e hoje produz fertilizantes organominerais em sua fábrica de Uberlândia (MG).

As instalações completas foram inauguradas em 2014 e consumiram R$ 50 milhões, com apoio de R$ 23 milhões do BNDES, R$ 15 milhões da linha MPME Inovadora. Hoje são produzidas 60 mil toneladas de fertilizantes ao ano. Além do produto e do sistema de ciclo fechado ­- os clientes fornecem resíduos e recebem insumos ­- a inovação chegou até o processo produtivo, com destaques como a biodegradação de resíduos em até 20 dias, contra seis meses do processo tradicional. "Não tinha fábrica igual no mundo", diz o fundador e acionista Ernani Giudice. Segundo ele, depois de crescer 20% no ano passado, este ano o faturamento deve atingir R$ 75 milhões, 70% acima do registrado em 2015.

Site: Valor Econômico
Data: 01/07/2016
Hora: 5h
Seção: Empresas
Autor: Martha Funke
Foto: ——
Link: http://www.valor.com.br/empresas/4619083/foco-na-area-de-ti-facilita-o-acesso-recursos-em-condicoes-melhores