Política pública prejudica capital de risco no Brasil, diz MDIC

17/08/2016

O secretário de inovação e novos negócios do MDIC, Marcos Vinicius de Souza, também aproveitou a audiência no Senado sobre conectividade para defender meios que viabilizem o aporte de capital de risco, o que ainda exige ajustes legais no país.

“Uma primeira medida seria o PLC do Supersimples, no que trata da desconsideração de personalidade jurídica. Hoje a lei espanta, pelo receio que o investimento em uma startup seja contaminado, por exemplo, por questões trabalhistas ou tributárias, como já acontece por decisões legais”, afirmou.

Como ele explicou, para se blindar desse tipo de questão, empresas precisam fazer provisões com vistas a impactos jurídicos que reduzem o capital disponível para as pretendidas startups.

“Outro ponto com grande potencial foi o veto no Marco Legal da Inovação que permite ao governo usar seu poder de compra para se unir a startups e desenvolver produtos que tenha interesse. O que acontece hoje é que se uma Petrobras investe nas universidades para fazer pesquisa, não pode comprar o fruto desse produto porque a universidade será obrigada a fazer leilão”.

Segundo o secretário, facilitar os investimentos em empresas iniciantes é algo que os concorrentes internacionais fazem há décadas. A maior rede hoteleira do mundo, o Airbnb, não tem um quarto de hotel. A maior empresa de transporte, Uber, não tem um carro. A maior empresa de mídia é o Google. São todas digitais. Onde o Brasil está nesse jogo? Todas essas empresas receberam investimentos de capital de risco no início de suas operações. No Brasil, dificilmente o Mark Zuckerberg teria levado o Facebook ao patamar que chegou. Ainda falta ambiente para esse capital de risco.”

Site: Convergência Digital
Data: 16/08/2016
Seção: Inovação
Autor: Luís Osvaldo Grossmann
Foto: ------
Link: http://convergenciadigital.uol.com.br/cgi/cgilua.exe/sys/start.htm?UserActiveTemplate=site&infoid=43260&sid=3