Brasil tem papel-chave na estratégia da nova Dell EMC

09/09/2016

O Brasil tem papel-chave na estratégia da Dell Technologies, que é resultado da fusão da Dell com a EMC e que foi a maior aquisição do setor de Tecnologia da Informação, estimada em US$ 60 bilhões. O país será um dos poucos a ter as três unidades centrais do negócio: Dell Inc., voltada para PCs, servidores e hardware, Dell Technologies, de soluções, e Dell EMC, direcionada às grandes corporações.

No primeiro dia oficial da integração das empresas - o anúncio da concretização da fusão aconteceu nesta quarta-feira, 07/09, depois de quase um ano do anúncio da compra, feito em 12 de outubro do ano passado - os líderes da Dell e da EMC, Luís Gonçalves e Carlos Cunha, afinaram o discurso e detalharam o processo no país em evento para a imprensa, na capital paulista.

Ainda não há uma definição de quem vai ficar à frente de qual cargo no comando da nova empresa aqui, mas os dois executivos trabalham para integrar o back office, os portfólios de produtos e, principalmente, o discurso junto aos clientes. "Temos uma sinergia real de operações. Tanto que, no nosso caso, não estamos falando em redução de custos. Queremos manter os nossos talentos", sustentou Carlos Cunha. Já Luis Gonçalves, foi além: 'temos vagas abertas. Nossa ideia não é reduzir quadro. Pelo contrário".

Do ponto de vista operacional, o conceito da federação que a EMC tinha - com as empresas Pivotal, VMware, RSA atuando de forma independente - foi mantido, mas agora com uma direção mais unificada. "Vamos criar oportunidades mais próximas de negócios, principalmente, na Dell Technologies que vai lidar com soluções diferenciadas. Não vamos dizer para o cliente: jogue fora o seu legado. Vamos trabalhar com que eles têm e oferecer mais", ressaltou Cunha.

A EMC é a partir de hoje uma empresa de capital fechado e a partir de fevereiro de 2017 entra no calendário oficial da Dell, mas isso não implica o desaparecimento da marca. "Ela é forte demais", sinaliza Gonçalves. E ser capital fechado permite pensar, de fato, no longo prazo. "Nós não temos que prestar contas trimestralmente para acionistas. Estamos, de fato, pensando no longo prazo. A internet das Coisas, que é uma prioridade, vai conectar mais de 200 milhões de dispositivos em 2030. Precisamos nos preparar para estar nesse jogo. É isso que estamos fazendo. A nova revolução industrial vem da transformação da TI". 

Em números, Cunha lembra que em 2007 - quando Dell e EMC trabalharam juntos - a sinergia financeira já era de quase US$ 2 bilhões. "Agora isso vai muito além. A Dell, ao comprar a EMC, reviu o seu papel de fornecedor na jornada digital. Não temos nenhum rival nosso com esse olhar", disparou. Com relação à sobreposição de produtos, Cunha e Gonçalves descartam, nesse momento, a descontinuidade de qualquer linha. "Não há qualquer plano nesse sentido. A Dell tem forte presença nas PMEs. A EMC nas grandes corporações. A complementaridade é muito maior. É claro que se houver, vamos repensar, mas nenhum cliente ficará sem suporte", reforçou o executivo.

Fabricação

Não há mudanças no modelo de fabricação de equipamentos da nova Dell EMC no Brasil. De acordo com Luis Gonçalves, a fábrica de Hortolândia da Dell, está num nível de ocupação com a produção de PCs, servidores e storage e não há plano para unificar a produção local também da EMC. Os equipamentos da EMC seguem sendo produzidos, de forma terceirizada, com as companhias com os seus Processos Produtivos Básicos.

"O que muda substancialmente é que unidas temos mais pressão para a aquisição de componentes para a produção local. Não há qualquer intenção de deixar de produzir qualquer equipamento que esteja na nossa linha de manufatura", afirmou Luis Gonçalves.

 

Fonte: Convergência Digital
Data: 08/09/2016
Hora: ------
Seção: Negócios
Autor: Ana Paula Lobo
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Link: http://convergenciadigital.uol.com.br/cgi/cgilua.exe/sys/start.htm?UserActiveTemplate=site&infoid=43443&sid=5