Em breve os céus estarão repletos de pequenos drones que inspecionaram pontes, oleodutos, plantações e estruturas fabris, monitorando se naquele ambiente tudo ocorre conforme o esperado. Antes desse cenário se tornar realidade, no entanto, muita coisa ainda precisa acontecer.
Os governos, por exemplo, ainda precisam criar normas para regular a aplicação desses aparelhos. Na outra ponta, fornecedores têm que criar modelos de negócios. No meio disso, usuários corporativos precisarão pensar sobre como formatarão maneiras eficientes de usar esses dispositivos em suas operações. Armados com diversos sensores, os drones comerciais estão prestes a se tornar uma nova fonte de informação digital.
Vários setores já fazem uso de dados obtidos com drones. Na indústria do petróleo, por exemplo, trabalhos de inspeção que costumavam demorar semanas, agora levam apenas alguns dias. Nos últimos 15 anos, agricultores de vários países começaram a ver nos drones uma oportunidade para aplicar no campo conceitos da chamada agricultura de precisão, baseada no uso de instrumentos e recursos da tecnologia da informação para implementar melhorias na produção agrícola. Com câmeras e sensores embarcados, os drones podem auxiliar agricultores a aumentar a produtividade e reduzir danos em lavouras por meio de levantamentos de dados que permitem detectar pragas e estimar o índice de crescimento das plantas.
Mas um ponto que precisa ser considerado por qualquer um que pense em usar drones em sua estratégia de coleta e análise de dados: o volume de dados capturados por esses dispositivos. "Organizações que estejam planejando capturar de dados de sensores aéreos ou drones tem de determinar o impacto disso sobre a sua infraestrutura de TI”, pontua a ABI Research. Não só o armazenamento pode ser um desafio, mas também as diferentes formas de analisar e apresentar essas informações.
“Os requisitos de ter métricas para informações de georreferenciamento gráfico pode ser um pesadelo para as empresas”, avalia Ernest Earon, cofundador e presidente PrecisionHawk.
O que pode levar ao surgimento de um mercado “como serviço” para a tecnologia, com provedores de plataformas baseada em nuvem para armazenamento, análise e disponibilização correta dos dados.
Mas enquanto isso não acontece, lembre-se de que sua estratégia corporativa de utilização de drones deve levar cinco passos em consideração:
1 • Primeiro, informe-se sobre os vários tipos de informação que o aparelho pode coletar. Existem possibilidades que vão além da fotografia aérea e mapeamento. Drones pode transportar uma variedade de diferentes sensores capazes de medir e registrar diferentes dados, incluindo os níveis de umidade do solo, o número de árvores em um hectare ou os danos causados por uma tempestade. Às vezes, os dados mais úteis não são os que se obtém no primeiro momento, mas sim aqueles que veem como fruto da evolução de um contexto ao longo de várias medições.
2 • Entenda que se trata de um tipo diferente de dado. Processamento e análise de imagens é mais complexo do que apenas contar widgets. Todos estes registros podem ser processados e analisados de diversas maneiras.
3 • Pense na pergunta que precisa ser respondida, para encontrar a resposta certa. Por exemplo, uma concessionária de energia elétrica não necessariamente precisa de imagens depois de uma tempestade. O que precisa são as coordenadas de GPS das linhas de transmissão avariadas para enviar as equipes de reparo.
4 • Considere desenvolver novos conjuntos de habilidades. Há distinções sutis em temas que parecem idênticos. Sua empresa pode necessitar de alguém com experiência de dados geoespaciais. GPS é apenas um tipo de dados desse tipo.
5 • Considere a infraestrutura necessária para armazenamento, processamento e transmissão de informações. A tecnologia trará registros com tamanhos diferentes dos arquivos que uma empresa normalmente usa em sistemas tradicionais.
Mercado brasileiro
No dia 22 de setembro acontecerá em São Paulo a segunda edição do Fórum Empresarial de Drones, que reunirá empreendedores do setor para analisar a situação atual e redefinir estratégias e ações para o crescimento sustentável do mercado.
Estarão presentes representantes da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), do Departamento de Controle do Espaço Aéreo e alguns dos principais desenvolvedores de veículos aéreos não tripulados no Brasil, como XMobots e G-drones, além de Manuel Martinez, diretor comercial para América Latina da DJI, a empresa chinesa que é a maior fabricante global de drones.
Entre os assuntos em debate, estão as regras para homologação de escolas de capacitação de pilotos de Drones para atender as normas da Anac, os preços de serviços utilizando Drones, e as formas de operar legalmente os Drones para aplicações profissionais hoje em dia.
Fonte: CIO
Data: 18/09/2016
Hora: 17h17
Seção: Tecnologia
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Link: http://cio.com.br/tecnologia/2016/09/18/cinco-passos-para-preparar-a-empresa-para-o-uso-de-drones/