Disrupção é inevitável e poucos executivos conseguem lidar com ela

20/09/2016

 

Quase todos os diretores de estratégia (CSOs, na sigla em inglês) entrevistados em uma estudo global da Accenture reconhecem que a disrupção digital irá redefinir as  indústrias onde atuam. Apesar dessa visão, a pesquisa revela que poucos desses executivos já se sentem prontos para lidar com o fenômeno.

“Aqueles que se sentem mais preparados estão adotando novas alianças estratégicas, desenvolvendo maneiras mais colaborativas de operar com os parceiros e tornando-se indispensáveis dentro de um ecossistema mais amplo”, define a consultoria.

Para elaborar o relatório Thriving on Disruption, a Accenture  entrevistou 561 diretores de estratégia em dez indústrias e onze países (incluindo Brasil), e descobriu que, enquanto 93% deles concordam que as novas tecnologias vão alterar rapidamente sua indústria nos próximos cinco anos, apenas 20% globalmente estão bem preparados para a súbita mudança na indústria.

Outro dado apontado é que 80% dos CSOs concordam que as novas tecnologias têm alterado rapidamente sua indústria nos últimos anos.

"A mudança rápida e perturbadora está chegando, independentemente do setor em que você opera", diz Paul Nunes, diretor executivo da consultoria. "O panorama econômico atual sugere que, com base na queda da vida útil das empresas, 75% dos principais agentes da indústria de hoje terão desaparecido até a próxima década”, acrescenta.

Segundo ele, a pesquisa mostra que, embora algumas empresas não estejam prontas para esta mudança, elas podem aprender com aquelas que estão garantindo que não enfrentem isso sozinhas e façam investimentos estratégicos em plataformas de tecnologia que suportam modelos operacionais mais colaborativos.

As empresas que estão mais bem preparadas para a disrupção da indústria estão muito mais envolvidas em crescer e ampliar suas parcerias no ecossistema. Quase todos os CSOs mais bem preparados (95%) dizem que suas agendas de crescimento da empresa ao longo dos próximos cinco anos contam com parcerias de colaboração e que eles usam ativamente essa estratégia para apoiar inovação, pesquisa e desenvolvimento.

Por isso, a consultoria acredita não ser surpreendente que as companhias empresas que estão prontas para a disrupção também têm 34% mais probabilidade do que as menos preparadas para firmar parcerias com agências de publicidade; empresas de inovação (26% mais probabilidade); prestadores de serviços de design (24%) e até mesmo clientes (26%).

Essas organizações também são 36% mais propensas a colaborar com empresas além das fronteiras tradicionais de sua indústria, e 32% são mais propensas a se alinhar com empresas que consideram concorrentes diretas. Esta lacuna de colaboração só tem aumentado nos últimos cinco anos.

"À medida que a disrupção digital quebra as barreiras de indústrias estabelecidas, é chegado o momento para as empresas repensarem a sua abordagem em relação à estratégia de negócios", afirma Peter Lacy, diretor executivo da Accenture Strategy.

Ele acrescenta que, para lidar com sucesso com a convergência da indústria e reforçar a sua rede de alianças para criar modelos de operação verdadeiramente colaborativos, elas devem mudar sua mentalidade para competir como um 'cluster', e não como uma única empresa, criando valor compartilhado para os seus parceiros de aliança e clientes.

Entre os CSOs mais preparados para a disrupção, 88% da amostra global afirmam que já começaram a investir fortemente em modelos de negócios baseados em plataforma e continuarão a fazê-lo no futuro. Além disso, os executivos classificados como menos preparados, 42% dizem que já investem fortemente em modelos de negócios baseados em plataforma e que continuarão a fazê-lo, futuramente.

Entre o grupo que está investindo ativamente nessas plataformas, aqueles que alcançam os maiores benefícios são muito mais propensos, do que seus pares a criar modelos operacionais que são colaborativos e abertos. Eles incorporam a colaboração em sua cultura por meio de incentivos e reveem seus processos e tecnologias internas para tornar a colaboração externa cada vez mais transparente.

"As empresas de plataforma são bem-sucedidas porque aproveitam a inovação de todo um ecossistema, em vez aproveitar apenas os recursos dentro de uma empresa", acrescenta Lacy. "Empresas que estão bem preparadas para a disrupção estão criando sua estratégia de crescimento em plataformas e, como resultado, são mais propensas a sobreviver às mudanças e ganhar uma vantagem competitiva”, conclui.

 

Fonte: Computerworld
Data: 19/09/2016
Hora: 17h34
Seção: Gestão
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Link: http://computerworld.com.br/disrupcao-e-inevitavel-e-poucos-executivos-conseguem-lidar-com-ela