Para o que o 5G será usado, quem irá conduzi-lo e quando as operadoras estarão prontas? Uma pesquisa exclusiva da Ericsson, que ouviu 100 líderes de tecnologia de operadoras na América do Norte, Europa, Ásia Pacífico e América Latina, revela o otimismo da maioria deles à implantação comercial do 5G antes de 2020. Entre os entrevistados estavam COOs, CTOs e CIOs, além de responsáveis por operações, inovação e desenvolvimento de rede. Mais da metade dos ouvidos na América do Norte esperam que suas organizações tenham uma adoção em massa crítica em 2018. Em todas as outras regiões, pelo menos metade dos entrevistados acredita na adoção em massa até 2020.
Os esforços de padronização para o 5G acabaram de ser iniciados e devem ser concluídos até 2020. Entretanto, muitas operadoras ao redor do mundo já iniciaram o planejamento da adoção do 5G e estão dando os primeiros passos para a seleção de fornecedores e avaliações iniciais. A maioria dos entrevistados (74%) tem planos para implantar o 5G em algum momento, mas nem todos possuem um cronograma para esses planos. As operadoras da América do Norte assumem a liderança, com 90% delas tendo planos de implementação do 5G, seguidas por 80% na América Latina e 67% na Europa e na Ásia Pacífico.
No geral, há uma expectativa de que o 5G será uma plataforma inovadora e com a capacidade de trazer rapidamente novos serviços para o mercado. Ele permitirá que as operadoras aproveitem as oportunidades do mercado e atendam dinamicamente à necessidade em constante mudança dos negócios e dos clientes. Essas descobertas explicam o motivo pelo qual a maioria dos executivos entrevistados (87%) concordaram com a afirmação: “O 5G será um agente de mudanças real para nós.”
Estima-se que 2021, o mundo passe a ter 28 bilhões de dispositivos conectados, sendo que cerca de 16 bilhões farão parte da Internet das Coisas. A tecnologia 5G, junto com o desenvolvimento contínuo do 4G, será a base para habilitar essas conexões e ajudar a atingir todo o potencial da Sociedade Conectada.
Quase todos (95%) os entrevistados concordaram que o 5G oferece suporte necessário à demanda dos dispositivos conectados e à Internet das Coisas (IoT). Isso acontece porque o 5G aumentará a capacidade da rede, que será necessária para lidar com o tráfego gerado pelos 28 bilhões de dispositivos conectados esperados em 2021. Além disso, o 5G reduzirá os requisitos de energia para os dispositivos, permitindo baterias com vida útil de até 10 anos em alguns casos. Dessa forma, os custos com manutenção serão significativamente reduzidos, o que tornará grandes instalações de IoT mais práticas e econômicas.
Além disso, 92% dos entrevistados concordaram que o 5G prepara o caminho para a emergência de novas tecnologias. Entre elas, tecnologias de feedback tangível que permitarão, por exemplo, controlar um robô remotamente para, por exemplo, "sentir" objetos no ambiente do robô em tempo real e evitar colisões. A latência quase zero do 5G permite rápidos tempos de reação que tornam isso possível. O feedback tangível permitirá novos casos de uso, como cirurgias remotas, e aprimorará muito a segurança e eficácia de operações remotas com robôs ou drones.
A grande maioria dos entrevistados (86%) acredita que o 5G permitirá uma ampla variedade de serviços, nunca antes oferecida por nenhuma rede, além de novos modelos/tecnologias de negócios revolucionários nos setores.
A introdução do 5G também permitirá que as operadoras se tornem mais flexíveis e eficientes ao mudar de uma rede rígida para uma ágil, capaz de atender a diversas necessidades com novos modelos de negócios como serviços através da divisão da rede. Soluções de rede definida por software e virtualização das funções de rede, bem como gerenciamento e orquestração dos processos, terão de trabalhar em harmonia com uma rede de acesso a rádio flexível, capaz de se adaptar a diferentes requisitos e modelos de implantação.
Quando perguntados sobre os casos de uso mais importantes do 5G para suas organizações, a banda larga móvel foi a mais citada pelos entrevistados, seguida pela segurança pública e assistência médica:
- 64%: banda larga móvel
- 41%: segurança pública
- 38%: operações remotas na assistência médica
- 36%: controle remoto em tempo real
- 35%: prédios inteligentes
- 32%: cidades inteligentes
Mas houve uma discordância regional sobre se os casos de uso do 5G serão conduzidos principalmente pelos consumidores (como o 4G/LTE era por smartphones) ou se o 5G será conduzido principalmente pelas necessidades dos negócios. Uma pequena maioria de operadoras da Europa e da América do Norte acredita que o 5G será conduzido principalmente pelos consumidores, enquanto uma pequena maioria na Ásia Pacífico e na América Central e Latina esperam que o 5G seja conduzido mais pelos negócios. Embora vários dos novos casos de uso do 5G em destaque atualmente sejam mais industriais, também é importante manter o foco nas necessidades dos clientes.
Para estar preparado
Os sistemas 5G incluirão soluções de gerenciamento, acesso a rádio, nuvem e núcleo (sistemas de suporte para operações/negócios) que abordarão os requisitos da comunicação móvel após 2020. Dessa forma, a transição será mais extensa em comparação a qualquer geração anterior de tecnologia de comunicação móvel. Entretanto, na opinião da Ericsson, as operadoras já podem tomar as três medidas a seguir para garantir uma transição bem sucedida para o 5G.
1 - Escolher um parceiro de confiança: as operadoras devem escolher um parceiro que ajude a criar novos fluxos de receita com base nos casos de uso e modelos de negócios com foco em 5G. Em especial, as operadoras precisarão de um parceiro com a arquitetura e a estratégia certas para evoluir da tecnologia atual para o 5G sem nenhum problema. Mudar para qualquer nova tecnologia tem seus riscos, por isso, recomendamos implementar uma transação cuidadosamente planejada e em etapas para o 5G.
O parceiro ideal possui experiência em minimizar os riscos durante implantações de tecnologia altamente avançadas e com vários acessos, experiência em tornar os clientes bem sucedidos com implantações grandes e complexas, além de um ecossistema eficiente de parceiros para acelerar o processo.
2 - Planejar para transformar tudo: além de transformar a tecnologia, as operadoras devem focar em como os negócios devem mudar para abordar novos mercados e clientes com modelos de negócios diferentes. Por exemplo, qual é o modelo de negócios para oferecer redes virtuais sob demanda e específicas ao aplicativo? Com os novos casos de uso industriais permitidos pelo 5G, há oportunidades para que as operadoras forneçam serviços com o mais alto valor. Como eles serão?
Além de oferecer serviços de transformação, otimização e planejamento da rede que preparam as operadoras para o 5G, o parceiro certo pode ajudar no lado dos negócios com serviços de prontidão organizacional e desenvolvimento de casos de negócios.
3 - Começar a transformação hoje mesmo: As redes 5G serão programáveis, escaláveis e sob demanda, além de ágeis e conduzidas pela análise para atender às necessidades dos clientes. As operadoras podem colocar suas redes no caminho certo hoje mesmo ao fazer as seguintes escolhas tecnológicas:
- sistemas em nuvem que modernizam a infraestrutura, os aplicativos e os dados em uma arquitetura operacional e econômica
- plataformas de análise para analisar dados da rede, do assinante e do aplicativo
- soluções de política e mudanças em tempo real para uma governança dinâmica e adaptável baseada em análises
- plataformas de capacitação de serviços em tempo real com ofertas personalizadas aos assinantes
Fonte: CIO
Data: 20/09/2016
Hora: 17h38
Seção: Tecnologia
Autor: Rafael Cichini
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Link: http://cio.com.br/tecnologia/2016/09/20/e-hora-de-comecar-a-se-preparar-para-o-5g/