Como adquirir talentos por meio das novas tecnologias

21/11/2016

 

A tecnologia vem influenciando o RH das empresas de forma extremamente rápida, mais especificamente a área de Talent Acquisition. Quem não se atentar a esta realidade perderá espaço e, de forma gradual, deixará de atrair os melhores talentos para sua empresa.

Nas últimas duas décadas, a tecnologia transformou o mercado de busca por posições de trabalho. O uso pela mídia impressa era preponderante, com anúncios de empregos, marketing do empregador, divulgação de informações salariais etc. Hoje, a procura acontece por meio de sites de buscas na internet, mídias sociais e bancos de dados virtuais – ferramentas muito mais inteligentes e eficazes.

Este foi apenas o primeiro passo. Mas é importante dizer que ele abriu os olhos dos profissionais de recrutamento e seleção para que direcionassem seu pensamento e esforços no sentido de melhorar os processos, a qualidade e, consequentemente, a assertividade da busca por talentos de destaque.

A quantidade de inteligência virtual presente no mercado promove um constante avanço no uso de metodologias e ferramentas nas empresas, um arsenal capaz de conquistar eficiência no processo de seleção, obter ganhos nos custos em uma economia mais competitiva e, mais do que isso, de conseguir se comunicar com públicos-alvo por meio de mensagens sobre a cultura e os valores da organização.

Em um primeiro plano, é fundamental que a área de Talent Acquisition de uma empresa esteja totalmente alinhada com a estratégia do negócio. Ou seja, é preciso entender profundamente o norte da companhia e oferecer uma visão clara do planejamento da força de trabalho, além de evidenciar as áreas críticas a serem desenvolvidas internamente ou buscadas externamente.

Após uma ampla análise dos talentos “dentro de casa”, caso a decisão seja buscá-los no mercado, como as empresas devem agir? Mídias e canais tradicionais (físicos ou virtuais) resolvem? Vale a pena investir no website da empresa e no famoso “trabalhe conosco”? E networking?

Definitivamente, o passo inicial é entender como está a “marca empregadora” da companhia. A ideia é entender se existe uma consistência no discurso entre a imagem da marca e as comunicações de forma geral. E, diante deste cenário, entender qual a percepção real do público-alvo em relação à marca.

Veja um simples exemplo de desconexão: uma empresa prega a busca pela diversidade em sua equipe, mas, em sua página corporativa, apresenta apenas fotos de homens, brancos, de faixa etária média e todos vestidos de terno e gravata. Com isso, passa uma mensagem visual totalmente equivocada e oposta ao seu discurso e estratégia.

A partir do momento em que a comunicação estiver alinhada com a estratégia, é hora de buscar diferentes canais para atrair os melhores profissionais. Diversas iniciativas são importantes, como programas de indicações, consultorias especializadas, mídias sociais, além de uma ferramenta ainda pouco utilizada no mercado brasileiro: as “comunidades de talentos”, em que as empresas podem manter uma comunicação passiva e constante com perfis mais específicos de profissionais.

A jornada do candidato em um processo, talvez seja um dos maiores desafios ainda encontrados pelas empresas e a maior crítica daqueles que passaram por processos. A tecnologia deve ser usada como um facilitador para que se atinja rapidamente um número maior de pessoas. No entanto, ela precisa ser aplicada com responsabilidade, a fim de que se gerenciem as informações de forma certa e precisa, com um processo claro e capaz de oferecer uma experiência atrativa aos candidatos por meio de feedbacks (positivos ou negativos).

Vale pontuar que a tecnologia embarca no processo não só para gerenciar a informação ou o fluxo. Ela agrega outros atributos, como agilidade, informações estratégicas, aplicação de ferramentas de avaliações mais complexas e assertivas, além de permitir que os gestores de RH consigam desenvolver e avaliar estrategicamente os dados de mercado.

Como trata-se de um assunto tão complexo e relevante, a tendência – que já vem sendo aplicada nos EUA há quase dez anos e na Europa há cinco – é que as empresas façam o outsourcing destes processos de tecnologia, e a área de RH fique focada no papel de inteligência estratégica para se relacionar com os públicos-alvo.

O resultado prático disso? Antes de tudo, um gerenciamento melhor dos custos da área de Talent Acquisition, muitas vezes mal definidos, sem falar na eficiência para mapear e atrair os melhores candidatos de forma mais rápida, com capacidade de se antecipar às tendências de mercado.

Enfim, agregar tecnologia e metodologia ao Talent Acquisition das empresas, sobretudo no Brasil, ainda é um grande desafio. Mas, certamente, será uma parceria que gerará muitos frutos positivos.

Gustavo Parise é diretor-geral da Korn Ferry Futurestep para a América do Sul

 

Fonte: Administradores
Data: 19/11/2016
Hora: 12h
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Autor: Gustavo Parise
Link: http://www.administradores.com.br/noticias/carreira/como-adquirir-talentos-por-meio-das-novas-tecnologias/114994/