Não é porque o time é pequeno que o sonho também tem que ser

23/11/2016

Grandes projetos implicam desafios do mesmo tamanho. E não são poucos. Tanto que estamos dedicando mais de um artigo ao assunto. Neste, por exemplo, você descobre como preparar o seu caixa para um projeto maior do que aqueles que sua empresa costuma realizar.

Agora, e quanto ao time? Como mexer com os brios dos seus funcionários, de modo que eles entendam a importância do que está em jogo quando um grande pedido entra na empresa? De modo que se envolvam? E mais: o que fazer para que não percam de vista as outras demandas do dia a dia?

São perguntinhas espinhosas, sem dúvida. Mas por todos os lados há exemplos de que, quando a estratégia é acertada e bem executada, os resultados podem ser extraordinários.

No futebol, por exemplo, há exemplos notáveis. Em 2015, um clube inglês de pouca expressão, o Leicester City, conseguiu uma das maiores façanhas da história do esporte: foi campeão da Premier League, a disputadíssima primeira divisão britânica. Sem grandes estrelas, o time comandado pelo italiano Claudio Ranieri deixou os favoritos para trás e cumpriu com tremendo sucesso o maior “projeto” de sua história. E temos alguns aprendizados importantes aqui.

O principal é o compromisso que o gestor (técnico) conseguiu de sua equipe. “Sempre pensei que o mais importante para um técnico precisa ser montar um time ao redor das características de seus jogadores”, afirma Ranieri nesta entrevista. Ou seja, é indispensável conhecer o time para então entender de que forma se pode mobilizá-lo, engajá-lo.

Para conquistar a confiança e o compromisso do time, Ranieri estabeleceu pactos com os jogadores, como a garantia de “pelo menos dois dias de descanso na semana”. Assim, ele foi fortalecendo os vínculos e conseguindo que cada um se sentisse mais responsável pelo papel que desempenha em campo.

Aqui em Leicester, todos sentem que estão participando, então jogar mal significa trair os outros. Eles são homens livres, cientes de que têm um trabalho a fazer, de que têm responsabilidades.

E, conforme os resultados foram acontecendo, Ranieri soube aproveitá-los para continuar elevando o moral por meio da consciência de um objetivo maior: “Sempre digo aos meus jogadores que uma chance como esta nunca virá novamente. [...] E eles não têm vergonha, se tudo o que peço é para sonharem. Nenhum de nós acha que estamos trabalhando para ganhar a vida, caso contrário estariam cansados todos os dias. Se nós vivemos para trabalhar, então vamos dar sentido ao que estamos fazendo”, completa o italiano.

Envolvimento, confiança, superação: se analisarmos com cuidado, o que Ranieri conseguiu, de seus comandados, é o que busca qualquer gestor de uma empresa que tenha recebido um grande projeto.

Conversamos com outro craque do assunto: Alberto Couto, fundador da Alberto Couto & Associados e mentor Endeavor.

Ele começa afirmando ser frequente que o entusiasmo de um empreendedor, ao receber um grande projeto, seja inversamente proporcional ao da equipe. Afinal, trata-se de uma quantidade muito maior de trabalho, pela mesma remuneração. “É normal que os sentimentos sejam opostos: a felicidade do dono, a tristeza dos funcionários”.

O pulo do gato, afirma o mentor, está no propósito: "O segredo de gestores que são bem-sucedidos em grandes projetos, a meu ver, reside em fazer os funcionários identificarem, no propósito da empresa, a realização de seus propósitos pessoais."

 

Fonte: PEGN
Data: 22/11/2016
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Seção: Empreendedorismo
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Link: http://revistapegn.globo.com/Empreendedorismo/noticia/2016/11/nao-e-porque-o-time-e-pequeno-que-o-sonho-tambem-tem-que-ser.html