O secretário de Política Econômica, Fabio Kanczuk, afirmou ontem que a economia brasileira deve voltar a registrar crescimento em relação ao trimestre anterior apenas no primeiro trimestre de 2017. Com isso, ele destacou que "não vai haver crescimento no 4 º trimestre de 2016". Ele destacou no entanto que a visão do governo não é a de que a situação está piorando. "A leitura não é a de que recessão está acelerando. Em breve teremos resultado positivo", disse.
Segundo o secretário, o Ministério da Fazenda é sensível "à recessão que estamos sentido" e tem trabalhado para adotar medidas que revertam o cenário. Isso deve ser feito com a adoção de reformas para se garantir ganhos de produtividade. "Não é uma solução para a economia dar incentivos fiscais, mas, sim, fazendo reformas microeconômicas para ter ganhos de produtividade.".
Ele afirmou que o resultado do PIB ficou muito próximo da expectativa média do mercado que era de ¬0,9%. "Foi menos pior do que esperado. Surpreendeu positivamente", disse. Para este ano, o governo trabalha com um PIB negativo de 3,5%. Para 2017, segundo ele, é esperada uma expansão da economia de 1%, variação "extremamente próxima" da estimativa de 0,98% prevista no Boletim Focus do Banco Central.
Para Kanczuk, o Brasil teve um problema fiscal, de queda de confiança no passado, o que puxou para baixo a economia. A seu ver, recentemente, houve mudança de paradigma de como pensar o fiscal e, com o retorno da confiança no mercado, os investimentos também retornarão.
"O mercado ganhou confiança e essa confiança vai fazer o investimento voltar. Com o investimento voltando, a economia volta. Esse é o racional econômico". Ele ressaltou que a taxa de investimento está baixa, mas que é exatamente ela que deve se recuperar e fazer com que o crescimento seja positivo.
O secretário observou, porém, que os números de desemprego sofrem uma defasagem em relação ao crescimento da economia. "O desemprego é sempre defasado em relação às demais variáveis econômicas. O PIB, o consumo e o investimento voltam e, logo em seguida, o desemprego", disse. Ele destacou que a maneira de resolver o problema estrutural do país é por meio de reformas microeconômicas e ganhos de produtividade: "A solução para não passa por estímulo fiscal. Temos de resolver o estrutural".
Fonte: Valor Econômico
Data: 01/12/2016
Hora: 5h
Seção: Brasil
Autor: Edna Simão e Cristiane Bonfanti
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Link: http://www.valor.com.br/brasil/4792895/governo-admite-que-recuperacao-so-deve-comecar-ano-que-vem