2017, o ano da Computação sem Servidor?

13/01/2017

Recentemente, um tema passou a dominar as rodas de conversas: Serverless Computing (Computação sem servidor). O que faz deste um momento oportuno para refletir um pouco sobre algo que muitos técnicos já consideram tão grande quanto o advento da virtualização.

Sem servidor, para aqueles desacostumados com o termo, também é conhecido como infraestrutura orientada a eventos. Essencialmente, ela difere fundamentalmente de abordagens anteriores em relação à infraestrutura (servidores físicos e virtuais e containers). Em vez de pensar na infraestrutura como uma série de unidades cada vez mais compactas de computação, o novo modelo pensa em entradas e ações.

Em arquiteturas sem servidor, em vez de articular um "Eu quero alcançar um resultado daí eu preciso criar uma unidade de computação", parte-se do paradigma de que "esta entrada ocorre e, portanto, esta ação será executada. Significa dizer que p modelo Serverless é totalmente focado na saída em vez de nos meios para a saída.

É por esta razão que muitas pessoas têm sugerido, talvez com certo exagero, que Serverless muda completamente o jogo.

Refleti muito sobre isso ao falar com uma empresa de capital de risco que buscava conselhos sobre um potencial investimento no mercado de computação sem servidor. A referida empresa de VC estava preocupada com o fato do movimento em direção ao modelo sem servidor ser ainda muito precoce, inviabilizando maior clareza quanto à rapidez com que o modelo poderia vir a ser adotado pelas empresas. E, uma vez que as empresas de capital de risco são todas sobre mercados endereçáveis ??e demandas do mercado, esse cenário vinha sendo um obstáculo para um potencial investimento.

Compreendi a reticência dos investidores, mas mesmo considerando a falta de evidências empíricas, me pareceu que a aposta no modelo sem servidor é válida.

Coincidentemente, quase ao mesmo tempo em que eu estava tendo essas conversas, recebi um e-mail de Sirish Raghuram, CEO da Platform 9, uma empresa que oferece serviços em torno de projetos de código aberto como OpenStack e Kubernetes. Raghuram queria me dar sua opinião sobre as tendências deste ano. Em particular, ele vê 2017 como o ano no qual o modelo Serverless começará a ganhar impulso.

 "Veremos tecnologias sem servidor ganharem tração em 2017. A adoção será liderada pelas mesmas comunidades de DevOps voltadas para o futuro que têm defendido tecnologias de containers, como fez a comunidade Kubernetes em 2016", afirma Raghuram.

É claro que a afirmação é típica deste período do ano. Na última década, em janeiro, nos acostumamos a ouvir que o ano recém iniciado seria definitivo para a consolidação e uma nova abordagem (Cloud, SDN, Docker, Kubernetes, etc).

A diferença com Serveless, na minha opinião, é que não se trata simplesmente de uma nova maneira de empacotar algo já existente. Estamos diante de uma maneira fundamentalmente nova de olhar para os problemas em torno da criação e manutenção de aplicações. Raghuram sugeriu que a maré crescente de bots será o vetor de aceleração do modelo serverless. Uma espécia de gatilho para sua adoção. Assistiremos a uma profusão de bots que se integram com vários sistemas usando webhooks. Uma abordagem sem servidor torna isso incrivelmente natural e fácil de ser feito.

Serveless também beneficia a aposta na construção de containers, por meio de gerenciamento mais fácil e mais rápido, liberando os técnicos de terem que entender profundamente esse ou aquele sistema de orquestração.

Tudo isso me leva a crer que a adoção do modelo Serverless será rápida. Isso também me leva a questionar o prognóstico de 2017 para um número de empresas e iniciativas, em particular Docker, que, indiscutivelmente, não conseguiram alavancar a atenção inicial que trouxeram para os containers e estão, agora, em risco de serem inundadas por tendências duplas - soluções de gerenciamento de containers de código aberto como Kubernetes e uma atitude do tipo "esqueça os servidores", pregada pelos fornecedores de soluções sem servidor.

Há um monte de tendências emergentes acontecendo simultaneamente na área de infraestrutura - containerization, OpenStack, demanda por agilidade e similares - e acredito que todas vão aumentar a taxa de adoção para abordagens sem servidor.

 

Fonte: CIO
Data: 12/01/2017
Hora: 16h51
Seção: Tecnologia
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Link: http://cio.com.br/tecnologia/2017/01/12/2017-o-ano-da-computacao-sem-servidor/