STF: Inscrições para debate sobre bloqueio do Whatsapp vão até 1º de fevereiro

27/01/2017

STF: Inscrições para debate sobre bloqueio do Whatsapp vão até 1º de fevereiroO Supremo Tribunal Federal tem inscrições abertas por mais cinco dias, até 1º de fevereiro, para participação na audiência pública sobre o bloqueio do aplicativo Whatsapp e as possibilidades técnicas de interceptação de conversas para investigações criminais. 

Há pelo menos dois processos no STF que constam de alguma forma o bloqueio do app, sendo que na Arguição por Descumprimento de Preceito Fundamental 403 há uma liminar ainda em vigor que impede novas medidas judiciais no mesmo sentido. 

O debate será centrado na possibilidade técnica ou não de interceptação de conversas realizadas por meio do WhatsApp, além da possibilidade legal de suspensão das atividades do aplicativo. Para o relator da ADPF 403, Edson Fachin, “tais questões extrapolam os limites estritamente jurídicos e exigem conhecimento transdisciplinar a respeito do tema”. 

Já a Ação Direta de Inconstitucionalidade 5527 pede que o STF considere inconstitucionais dois trechos no Marco Civil da Internet, Lei 12965/14, que supostamente sustentariam a escalada de punições contra o aplicativo. A argumentação no caso é que sem os discutidos incisos no artigo 12 da lei, que preveem punições por descumprimentos ao MCI, não haveria o bloqueio.

Os interessados devem se inscrever por meio dos endereços eletrônicos [email protected] ou [email protected]. Os pedidos devem conter a qualificação do órgão, entidade ou especialista, a indicação do expositor com breve currículo e o sumário das posições a serem defendidas.

Até aqui, os tópicos adiantados pelo Supremo para serem abordados são: 

1 – Em que consiste a criptografia ponta a ponta (end to end) utilizada por aplicativos de troca de mensagens como o WhatsApp? 

2 – Seria possível a interceptação de conversas e mensagens realizadas por meio do aplicativo WhatsApp ainda que esteja ativada a criptografia ponta a ponta (end to end)? 

3 – Seria possível desabilitar a criptografia ponta a ponta (end to end) de um ou mais usuários específicos para que, dessa forma, se possa operar interceptação juridicamente legítima? 

4 – Tendo em vista que a utilização do aplicativo WhatsApp não se limita a apenas uma plataforma (aparelhos celulares/smartphones), mas permite acesso e utilização também em outros meios, como, por exemplo, computadores (no caso do WhatsApp mediante o WhatsApp Web/Desktop), ainda que a criptografia ponta a ponta (end to end) esteja habilitada, seria possível ‘espelhar’ as conversas travas no aplicativo para outro celular/smartphone ou computador, permitindo que se implementasse ordem judicial de interceptação em face de um usuário específico?

 

Fonte: Convergência Digital
Data: 26/01/2017
Hora: ------
Seção: Internet
Autor: Luís Osvaldo Grossmann
Foto: ------
Link: http://www.convergenciadigital.com.br/cgi/cgilua.exe/sys/start.htm?UserActiveTemplate=site&infoid=44410&sid=4