Pesquisador aponta problemas em consulta pública do Plano Nacional de IoT

08/02/2017

A consulta pública realizada pelo Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTIC) sobre o Plano Nacional de Internet das Coisas (IoT, na sigla em inglês) terminou nesta semana. A iniciativa recebeu mais de 22 mil acessos, que geraram quase 2 mil contribuições de empresas e grupos da sociedade civil. Todo o processo durou pouco menos de dois meses.

Apesar dos milhares de contribuições, o professor e pesquisador Eduardo Magrani, do Centro de Tecnologia e Sociedade da Fundação Getúlio Vargas (FGV), avalia que faltou um engajamento maior da sociedade na consulta, com uma participação mais ativa de cidadãos entendendo do que trata a IoT e contribuindo com seus pontos de vista.

“Essa é a principal função de uma consulta pública pela internet, que o cidadão possa colocar a sua opinião. A gente viu muita participação de grupos específicos da sociedade civil e de empresas e pouco de cidadão individual. Isso significa que o Estado não fez um bom trabalho para capacitar as pessoas nesse tema, as pessoas continuam não conhecendo sobre os impactos da Internet das Coisas, achando que não têm nada a contribuir. E, na verdade, ela trata de coisas que eles usam diariamente”, afirmou Magrani.

A consulta começou em meados de dezembro e o prazo inicial para o envio de contribuições era 16 de janeiro. De acordo com o MCTIC, houve pedido de diversos setores interessados em participar e que não conseguiram mandar as contribuições a tempo, por causa das festas de fim de ano, assim, o prazo foi prorrogado.

Magrani critica o fato de a consulta ter sido aberta nesse período de festas, pois prejudica o debate. “O Estado tem o dever de capacitar as pessoas para o debate. Foram dois meses, mas começou em meados de dezembro, quase natal, e iam fechar no início de janeiro, em meio a datas festivas e ainda voltando de férias. Com que intuito o Estado quis colocar essa consulta pública na calada da noite? Afastar as pessoas do debate? A ideia é incluir as pessoas. É um equívoco colocar uma consulta pública entre natal e réveillon”, disse ele.

Segundo o Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTIC), que desenvolve o plano em parceria com o Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), o próximo passo é “consolidar as informações coletadas na consulta pública e juntá-las às demais informações produzidas pelo Estudo de IoT, realizado pelo consórcio contratado pelo BNDES que trabalha para a cooperação técnica entre o BNDES e o MCTIC para gerar o diagnóstico e propor ações para o desenvolvimento da utilização e da geração de valor que a Internet das Coisas pode gerar para o país”.

 

Fonte: Agência ABIPTI, com informações da Agência Brasil
Data: 07/02/2017
Hora: 17h35
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