A Embrapii, empresa de inovação do governo federal, vai anunciar hoje uma serie de ações com as quais planeja investir R$ 100 milhões em projetos de pesquisa industrial. Os recursos vêm do Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações, ao qual a Embrapii está subordinada, e do Ministério da Educação. O orçamento total da empresa é de R$ 1,5 bilhão até 2018.
As startups, como são chamadas as empresas iniciantes de tecnologia, são um dos alvos das medidas. A Embrapii fechou um contrato de R$ 20 milhões com o Sebrae, serviço de apoio à pequena empresa, para estimular esses negócios. São duas categorias. Na primeira, com investimento de até R$ 210 mil, o Sebrae vai responder por até 70% dos recursos. O restante fica por conta das empresas. A segunda categoria, que também inclui negócios de médio porte, tem teto mais alto até R$ 300 mil, com até 80% do investimento feito pelo Sebrae.
Grandes empresas buscam a Embrapii para desenvolver aplicações novos materiais, softwares, processos etc. que precisam, mas que não fazem parte de seu negócio central. Ao receber a aprovação da Embrapii, as startups passam a ter acesso a esses contratos potenciais, diz o professor Jorge Guimarães, presidente da companhia.
A Embrapii também vai selecionar até três institutos federais de educação, ciência e tecnologia que se tornarão polos da empresa. Serão destinados até R$ 3 milhões por polo, no prazo de três anos. Hoje, cinco institutos federais estão credenciados.
Sob outro acordo, a Embrapii passa a envolver os institutos de inovação do Senai, o serviço de aprendizagem industrial. Serão selecionados até cinco deles, com financiamento de até R$ 15 milhões em seis anos.
A Embrapii foi criada em 2013 e funciona como uma organização social de caráter privado. A meta é aproximar a academia da iniciativa privada. A distância entre esses dois universos é considerada um dos principais empecilhos ao avanço mais rápido da inovação.
O modelo da Embrapii funciona da seguinte maneira: a empresa faz chamadas públicas de qualificação para grupos de cientistas que atuam em universidades e centros de pesquisa, públicos ou privados. Os grupos aprovados tornamse unidades da Embrapii, que entra com um terço do investimento. As empresas privadas envolvidas no projeto respondem por mais um terço e o restante vem das instituições de pequisa.
Hoje, o conselho da Embrapii vai examinar os candidatos da chamada publica anunciada em setembro do ano passado. Atualmente existem 28 unidades em funcionamento, além dos cinco institutos federais. A expectativa, diz Guimarães, é chegar a 40 unidades até o fim do ano. Cerca de 190 projetos estão em andamento, com quase R$ 300 milhões em recursos investidos.
A Embrapii também vai anunciar a renovação do Programa Bolsa Jovens Talentos, com a Capes e o CNPq, ambos agências de incentivo à formação de pesquisadores. Serão 200 bolsas 100 para cada organização com dois valores disponíveis: R$ 4,1 mil e R$ 7 mil. Mais pesquisadores ajudam a acelerar a roda da inovação, diz Guimarães. Com as bolsas, eles podem criar projetos e se candidatar, posteriormente, a receber recursos destinados a outras etapas de desenvolvimento, como o programa de apoio às startups. "Isso serve diretamente à nossa missão", afirma o professor.
Fonte: Valor Econômico
Data: 17/03/2017
Hora: 5h
Seção: Empresas
Autor: João Luiz Rosa
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Link: http://www.valor.com.br/empresas/4902666/embrapii-vai-investir-r-100-milhoes-em-projetos