Fiocruz ensina TI para jovens de comunidades carentes

18/05/2017

A Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) realizou na terça-feira (16),  uma cerimônia de entrega de diplomas de conclusão do curso Desenvolvimento de Competências Profissionais para o Século 21, na Escola Nacional de Saúde Pública Sérgio Arouca (ENSP), para 16 estudantes de dois colégios estaduais da região. As técnicas e ferramentas multimídias aprendidas no curso foram colocadas em prática nos trabalhos finais e alguns foram apresentados na formatura. Os eixos norteadores da formação foram autonomia, criatividade e resiliência.

A estudante Milena Pereira, de 16 anos, foi oradora de uma das turmas e afirmou que o curso significou um despertar para um grande futuro. “Uma das lições mais importantes que aprendemos é que devemos ter autonomia para fazer nossas escolhas e a cada decisão tomada podemos colocar em prática o que aprendemos no curso”, disse a formanda.

Moradora da Vila do João, a estudante Alexsandra Barros de Araújo, de 16 anos, contou que por causa do curso da Fiocruz conseguiu um estágio e está utilizando as ferramentas que aprendeu no atual trabalho. “Aprendi coisas que nunca pensei que aprenderia, ferramentas para o dia a dia e para o trabalho, foi uma experiência muito bacana, o espaço, as amizades, os professores, nos tornamos uma família.”

A iniciativa surgiu em 2015 quando Hermano Castro, diretor da ENSP, decidiu incentivar um projeto de inclusão social voltado para os jovens da comunidade de Manguinhos. “O que estamos fazendo aqui é apenas dar um empurrãozinho. Depende de vocês o nosso futuro. Parabéns a todos ao que se formaram aqui, que se dedicam na escola, em casa, a uma vida melhor, e que brigam por isso”, disse ele, durante a cerimônia.

Durante o curso os estudantes aprenderam a utilizar ferramentas online de organização de projetos, armazenamento de arquivos de edição de texto e vídeo e aplicativos de agenda. Ricardo Tornelli, 17 anos, estudante do Colégio Estadual Compositor Luiz Carlos da Vila disse que talvez não siga no ramo da TI, porém, tudo que lhe foi ensinado ficará para toda vida.  “Foram coisas novas que não conhecia e não sabia usar. Tem me ajudado na organização. Às vezes tenho um compromisso e essas ferramentas ajudam bastante a nos organizarmos”, contou.

Durante o evento se pode ouvir disparos vindos das comunidades vizinhas. Essa realidade mostra que projetos como esse devem ser objeto transformador de vidas desses jovens que tem poucas oportunidades, devido a precariedade das instituições, O colégio de Ricardo, que foi símbolo do Plano de Aceleração de Crescimento (PAC) no Rio, e hoje tem o ginásio esportivo e a piscina olímpica desativados, sala de computadores vazia devido a saques e janelas arrancadas.

A diretora do Colégio Estadual Professor Clóvis Monteiro, Andreia Queiroz, reforça a ideia que os alunos muitas vezes querem oportunidades como essa, mas estão presas em estruturas ultrapassadas, cercadas de uma realidade que mina o talento de muitos alunos “Muitas vezes ouvimos aquela famosa frase ‘eles não querem nada’. Mas acredito que infelizmente temos uma escola com estrutura do século 18, com alunos do século 21. A prova disso é esse curso. Os jovens querem sim aprender. Vocês são de uma geração autodidata, que pegam o celular a aprendem qualquer coisa. Então é preciso urgentemente repensar o papel da escola.”

Para ler na íntegra a matéria que foi publicada no IT Forum 365, acesse o print screen abaixo.

Fonte: IT Forum 365
Data: 17/05/2017
Hora: 14h41
Seção: Mercado
Autor: Flávia Villela
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Link: http://www.itforum365.com.br/carreira/capacitacao/fiocruz-ensina-tecnologia-da-informacao-jovens-de-comunidades-violentas