Projeto que propõe plano de ação estratégico de IoT no Brasil chega a última fase de estudo

19/06/2017

O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), em parceria com o Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC), está apoiando o estudo "Internet das Coisas: um plano de ação para o Brasil" que busca o diagnóstico e a elaboração de uma proposta para que, a partir daí, seja desenvolvido um plano de ação estratégico para o país em Internet das Coisas.

Esse estudo está sendo desenvolvido pelo consórcio McKinsey/Fundação CPqD/Pereira Neto Macedo, que foi selecionado por meio de chamada pública. Ele está dividido em três etapas, onde a primeira (diagnóstico geral e aspiração para o Brasil) foi realizada entre janeiro e março desse ano, a segunda (seleção de verticais e horizontais) de abril e maio. Agora se inicia a terceira e mais longa, o “Aprofundamento e elaboração do plano de ação”, que vai durar de junho deste ano até 2022.

Ao longo do projeto, o consórcio apresentará nove relatórios, conforme o Plano de Trabalho e Governança.

O trabalho também é um esforço para identificar tendências em um fenômeno relativamente novo. A maior parte das iniciativas deIoT surgiu há quatro anos ou menos. 

Para tentar entender o que está acontecendo e quais são as principais tendências de políticas públicas no mundo e as referências que vem sendo feito pelos governos em 12 regiões selecionadas, agrupadas segundo 3 critérios: posição de destaque em IoT, forte papel do estado em IoT e desafios similares ao Brasil.

A partir da análise dos ecossistemas de IoT dessas regiões, os autores da pesquisa já conseguiram identificar cinco principais lições:

1ª Lição: o envolvimento do Estado pode ser resumido em três modelos

Papel ativo em IoT – governos participam ativamente do desenvolvimento do setor por meio de investimentos, seleção de áreas prioritárias, criação de associações e alianças, iniciativas de regulação e parcerias internacionais. As ações normalmente são consolidadas em um plano nacional.

Formação de ecossistema – governos se concentram em criar ambiente propício ao aproximar e coordenar os atores – empresas, agências de fomento, startups e universidades. Nesse caso, os investimentos diretos do Estado em IoT tendem a ser mais limitados em comparação com os países que assumem um papel ativo.

 
Elaborador de diretrizes e investidor em áreas-foco – governos se dedicam a estabelecer diretrizes específicas, realizar investimentos em áreas selecionadas, difundir melhores práticas e viabilizar a competitividade e a abertura de mercados.

2ª Lição: a governança estimula a formação de ambiente adequado

Modelo estruturado com associações específicas ou alianças de IoT formadas pelos setores público e privado – a maioria dos países em que o Estado tem papel ativo adotaram modelos robustos de governança, como associações, alianças ou consórcios reunindo os setores público e privado, formados por conselhos executivos e consultivos, além de grupos de trabalho ou comitês temáticos.


Formação de ecossistema – há países que ocupam uma posição de destaque em IoT apesar de adotarem modelos mais descentralizados, pois já possuíam um ecossistema inovador, como é o caso das incubadoras e do consórcio de universidades no Reino Unido, ou das ações de coordenação focadas em verticais selecionadas, no caso dos Estados Unidos.

3ª Lição: governos buscam criar ecossistemas adequados e reduzir risco da inovação

 Realização de investimentos – a maior parte dos governos líderes em IoT está investindo de forma significativa.

Formação de clusters – reunir startups e empresas em áreas específicas das cidades para ajudar na troca de experiência e a realização de novos negócios.

Estímulo a PMEs e startups – fomentar uma cultura empreendedora com a redução da burocracia e dos impostos, e a difusão dos benefícios de empreender.

Compras públicas – usar a demanda de inovações por parte do setor público para incentivar a inovação e alavancar as empresas de IoT.

4ª Lição: é preciso investir na formação de recursos humanos

IoT = + empregos

Vincular as políticas públicas de aumento da capacidade do setor à oferta de oportunidades de emprego

Programadores mirins

Introdução de Tecnologia da Informação, habilidades de informática e programação desde o ensino fundamental


Conectar universidade e indústria

 Os governos tomam medidas para abrir e ampliar canais de cooperação entre indústria e universidade

Promoção de eventos da indústria

Organização de workshops, conferências e treinamentos em tópicos específicos relacionados a IoT


5ª Lição: é preciso regulamentar três temas chave, mas ainda não há um consenso sobre como


Padronização – um dos maiores desafios de IoT é permitir que os dispositivos se comuniquem entre si independentemente de quem ou onde foram feitos. Alguns países estimulam padrões abertos, outros, a adoção de padrões globais ou definidos pelo mercado.

Conectividade – o grande número de dispositivos vai exigir uma infraestrutura complexa. Alguns governos desenvolvem infraestrutura local (EU, JP, KR). Outros têm trabalhado para a formação de plataformas globais (UK, CH, SG).


Privacidade e segurança – em todos os países estudados há consenso de que é necessário criar mecanismos para evitar acesso não autorizado, mau uso de dados pessoais e ataques aos sistemas. Porém, os governos ainda têm avançado em ritmos diferentes na aprovação de leis e na criação de instituições responsáveis por sua aplicação.

Baixe o relatório completo no site do BNDES