Durante essa semana, que antecede o Dia dos Pais, o TI Rio conta a história de homens que fizeram diferença na área de TI e são considerados referência no trabalho desenvolvido por eles. Falaremos hoje de um brasileiro, destaque da comunidade cientifica considerado a maior autoridade sobre TV digital do país, que atuou na criação de um middleware para aplicações de TV digital. Estamos falando de Luiz Fernando Gomes Soares, o pai do Ginga.
Luiz Fernando se formou em Engenharia Elétrica-Eletrônica (1976) pela Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-RJ), mesma instituição a qual ele obteve seu mestrado em Engenharia Elétrica (1979) e o doutorado em Informática (1983). Em Paris, na França, concluiu o pós-doutorado em Ciência da Computação pela conceituada École Nationale Superieure des Télécommunication. Ele é responsável pelo desenvolvimento do Ginga, middleware que permite utilizar o sistema de TV digital brasileiro.
Esse nome foi escolhido por ser, segundo o site da instituição, “um movimento fundamental da capoeira, nossa forma de luta por liberdade e igualdade”. A instituição diz ainda que esse nome é “em reconhecimento à cultura, arte e contínua luta por liberdade e igualdade do povo brasileiro”. O Ginga é “uma camada de software que fica posicionada entre o código das aplicações e a infraestrutura de execução e consiste de máquinas de execução das linguagens oferecidas que permitem o desenvolvimento rápido e fácil de aplicações”, diz o site.
O Ginga foi somente um dos trabalhos realizados por Luiz Fernando. Professor da PUC-Rio, participou da criação do Fórum do Sistema Brasileiro de TV Digital (Fórum SBTVD), em novembro de 2006, e foi membro do Conselho Deliberativo do Fórum SBTVD de 2007 a 2012. Também integrou o Módulo Técnico e coordenador do Grupo de Trabalho Middleware e foi membro da Academia Nacional de Engenharia.
Com o título de pesquisador 1-A do CNPq, publicou mais de 200 artigos acadêmicos e orientou quase 100 alunos de mestrado e doutorado. Também atuou no Núcleo de Coordenação do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação e foi presidente da Sociedade Brasileira de Computação. Luiz Fernando morreu precocemente, aos 61 anos, vítima de um infarto fulminante enquanto caminhava, mas, com certeza, deixou seu nome marcado na história da TI.