Quem nunca ouviu dizer que o Jornalismo morreu? Mas podemos assegurar, ele não morreu. O que houve foi uma mudança na forma de fazer Jornalismo. O fato é que as pessoas nunca consumiram tanto conteúdo, inclusive jornalístico, como consomem hoje em dia. E, apesar do avanço do vídeo digital, a maior parte de todo esse conteúdo ainda chega de forma escrita. O responsável por isso é a combinação dos smartphones com as redes sociais, que começou a se desenhar há um pouco mais de dez anos. Com funcionalidades avançadas, os smartphones, permanentemente online, trazem praticamente tudo que um notebook ou um desktop de mesa oferecem, com a vantagem de poderem ser carregados dentro do bolso. Já as redes sociais cumprem o papel de selecionar e entregar o conteúdo de acordo com as nossas necessidades. Ou seja, as pessoas nem precisam ir até as notícias: elas vêm até o público.
Nesse novo cenário, não há espaço para as empresas de comunicação continuarem fazendo tudo como sempre fizeram, só porque antigamente dava certo. Muitos especialistas defendem que a reinvenção do jornalismo na era digital e o futuro dos jornais tradicionais dependem da construção de relacionamentos. E essa estratégia de relacionamento exige aprender novas habilidades, tais como a de ouvir comunidades para conhecer suas necessidades; treinar equipes em todas as organizações para desenvolver produtos e serviços mais focados nas necessidades dessas pessoas e entender como elas usam as informações; coletar, analisar e trabalhar com as base de dados sobre nossos públicos; e gerar novas receitas com a exploração de outras linhas de negócios.
E o profissional, como fica?
A resposta é simples, ele também precisa se reinventar. O TI Rio Notícias ouviu alguns profissionais da área que falaram sobre essa relação Jornalismo, Tecnologia e os impactos desse relação.
As novas tecnologias da informação facilitaram muito o trabalho do jornalista, porém, também trouxeram profundas transformações no seu dia a dia, impactando fortemente o mercado de trabalho, principalmente no meio impresso. O papel do profissional que antes dominava a escrita e a técnica jornalística, mudou. E ele passou a ter que aprender a senão dominar, ao menos conhecer e se requalificar para novas habilidades. A integração e até mesmo a migração dos negócios jornalísticos para o meio digital impuseram uma nova realidade. Cada vez mais multifuncional, a atividade jornalística hoje exige uma grande variedade de conhecimentos que precisam ser melhor trabalhados, afirma a jornalista e mediadora do grupo Reinventar Jornalistas RJ, Rosayne Macedo.
“O jornalista não pode nadar contra a maré, mas deve acompanhar as tendências. O mercado sempre foi acirrado, mas acredito que a tecnologia nesse ponto pode ajudar o profissional a se destacar. No entanto, ele deve sempre pesquisar, se manter atualizado e buscar qualificações específicas que o mercado demanda”, defende a jornalista Sabrina Salton.
Graças aos avanços tecnológicos proporcionado pela Internet, ficou mais fácil para os comunicadores recolherem e processarem dados. Isso fez com que a análise de dados se torna-se parceira inseparável do dia a dia do jornalista. É novamente a tecnologia fortalecendo essa relação.
A análise de dados passa por entender e estruturar um fluxo infinito de informações e fazer com que os dados mais importantes e relevantes cheguem ao consumidor. Essa nova forma de desenvolver o trabalho acabou fazendo com que o profissional, que antes tinha uma preocupação maior em recolher dados de forma manual, viu surgir um aliado importante para maximizar o tempo de serviço, fazendo com que, ao mesmo tempo, fosse entregue ao consumidor final conteúdo com maior relevância.
Após as apurações, o jornalista constrói um conteúdo e sobe a informação para diversas plataformas. Depois, ele atua em cima do desdobramento das ações e analisa o nível de engajamento que aquela noticia produziu.
As informações produzidas por aquela notícia cria um grande banco de dados. Essa situação é de suma importância para analisar se aquele conteúdo é relevante para a população. Tendo isso em perspectiva, é possível ajudar as pessoas, de forma mais objetiva, a descobrir como todas essas informações se encaixam e o que está acontecendo no País.
Isso não quer dizer que a apuração morreu. As informações ainda serão achadas em bares, restaurantes, nas ruas e nas casas das pessoas. A diferença é que, agora, se os dados já existem, eles não precisarão ser procurados novamente, pois já existem em um grande banco de informações.
"Hoje o jornalista funciona mais como um "curador de notícias", um profissional que domina técnicas que o capacitam a cuidar melhor dos conteúdos. Adicionada esta experiência e formação técnica a conhecimentos de marketing digital, empreendedorismo e inovação, podemos transformar crise em novas oportunidades e negócios. O caminho é o digital. E é pra lá que os jornalistas estão indo", concluiu Rosayne.
A tecnologia ajudou o jornalismo a ser efetivo, mudou a realidade da profissão, mas não substituiu a necessidade de ter um profissional. O jornalista continua sendo muito importante no seu papel de fazer com que a sociedade seja transparente e, por consequência, justa. Feliz dia do jornalista!! Data foi comemorada no último sábado, 07/04.