O número de acordos e convenções coletivas registrados no Ministério do Trabalho caiu consideravelmente nos primeiros meses de 2018, se comparado ao ano passado, e também à média dos últimos cinco anos, afirma o Dieese e a Fundação Instituto de Pesquisa Econômica (Fipe-USP).
O recuo aponta que empregadores e empregados têm tido mais dificuldade em chegar a um acordo nas negociações este ano. Pontos da reforma trabalhista estariam contribuindo para o impasse entre ambos os lados.
De acordo com o Dieese, 2.802 acordos foram registrados no primeiro trimestre, 29% menos que em igual período do ano passado, quando o número foi de 3.939. A média entre 2012 e 2017 foi de 3,8 mil. Os números de janeiro a março referem-se a instrumentos coletivos acordados para 2018.
No levantamento da Fipe, que leva em conta o mês de início dos acordos, houve 1.841 acordos fechados no primeiro bimestre, de uma média de 2,8 mil nos cinco anos anteriores. A média dos cinco anos é de 2,8 mil acordos. Esses acordos não são necessariamente salariais. Eles podem conter negociações como compensação de feriados, banco de horas, PLR, entre outros itens.
Para Luis Ribeiro, técnico do Dieese, a queda nos acordos é um indicativo de negociações mais difíceis. Ele pondera que a reforma pode ser uma causa, mas é preciso cautela na avaliação. “Pode ser que as negociações estejam mais duras, pode ser que estejam mais demoradas”, diz Ribeiro.
“Ainda não há jurisprudência sobre a reforma. Há uma insegurança geral de ambos os lados”, diz. Ele lembra que a MP que iria alterar alguns pontos polêmicos da reforma vai perder a validade no fim deste mês, se não for votada pelo Congresso, o que contribui para a incerteza geral.
Texto com informações do Valor Econômico
Fonte: Valor Econômico
Data: 17/04/2018
Hora: 5h
Seção: Gestão
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