Brasil é líder em ciberataques, mas pouco investe na cibereducação

02/05/2018

Nas últimas semanas, veículos de comunicação de todo o Brasil noticiaram a posição do país na lista de ciberataques. As notícias usaram como referência o Relatório de Ameaças à Segurança na Internet, que analisou 157 países. Segundo o levantamento feito em 2017, o Brasil amarga a 7ª posição no ranking dos países que mais sofreram ataques cibernéticos no último ano, sendo também o principal alvo na América Latina e uma das principais fontes de ataques cibernéticos do mundo. 

Sobre essa constatação, o especialista em cibersegurança da 4CyberSec, Rafael Narezzi, afirma que a principal solução para esse tipo de crime é a educação. Na contramão da evolução de grupos de cibercriminosos, a educação no Brasil está longe de incluir em sua grade a segurança cibernética.

Muito países já perceberam a importância e começaram a se mobilizar num trabalho intensificado de conscientização de segurança digital. Israel, por exemplo, passou a implementar um programa de educação cibernética em 2013 para adolescentes. Governos de todo o mundo passaram a desenvolver a cibereducação, pois perceberam que é preciso estar à frente dos riscos.

Um exemplo que vale ser recordado foi o caso WannaCry, em 2017, no qual o ransomware sequestrou arquivos de 200 mil computadores em 150 países. No Brasil, até hospitais e órgãos públicos foram paralisados, afetando também cidadão e não somente empresas.

No caso de Israel, essa educação vai além. Eles oferecem treinamento para identificação de riscos e recrutam jovens com potenciais para defender o país, desenvolvendo grandes profissionais e também pesquisadores sobre o tema. Ao fazer um comparativo com o Brasil, podemos dizer que ainda estamos muito aquém nesse quesito, levando em consideração que ainda se acredita esse seja um assunto para os profissionais de Tecnologia da Informação (TI) – o que é, na verdade, um mito. Todos precisam saber quais são os seus riscos e como evita-los.

No entanto, de acordo com o especialista, nem tudo está perdido.

"Podemos dizer que os brasileiros estão vivendo um momento de despertamento para o desenvolvimento de uma maturidade cibernética. No entanto, faltam pesquisas e incentivos do governo para essa cibereducação, tanto para uma conscientização comportamental, como também para formar novos profissionais especializados em atuar nessa linha de frente", conclui.

Fonte: CBSI
Data: 01/05/2018 
Hora: ------
Seção: ------
Autor: ------
Foto: ------ 
Link: https://www.cbsi.net.br/2018/05/brasil-e-lider-em-cibercrime-mas-pouco.html