Sempre que um grande evento se aproxima, muito se especula sobre as novas tecnologias que serão apresentadas e os impactos delas no resultado final de competições como Copa do Mundo e Olimpíadas.
E com a Copa do Mundo 2018, na Rússia, não poderia ser diferente. O Mundial deste ano promete tecnologias tão importantes que poderão definir o campeão. A dez dias do início da Copa do Mundo 2018, que tal conhecer algumas dessas tecnologias?
Árbitro de vídeo (VAR, sigla em inglês)
No mundial do Brasil em 2014 a tecnologia do árbitro de vídeo (VAR) já havia sido adotada. Na ocasião, ela permitia que a equipe médica tivesse acesso imediato aos replays e comunicação direta, via radio, com os médicos que ficavam em campo. No entanto, a grande novidade este ano é que o uso da tecnologia passa também a ser estendida aos árbitros e técnicos para que possam tomar suas decisões.
O árbitro de vídeo será usado em lances de gol (se houver irregularidades como impedimento ou dúvida se a bola ultrapassou a linha), em pênaltis (marcar ou anular em lance duvidoso), cartões vermelhos (possíveis agressões fora do lance ou em caso de dúvida do árbitro) e na identificação de jogadores em caso de confusão.
No árbitro de vídeo, quatro árbitros assistem ao jogo em uma sala, com diversos monitores, sem acesso ao gramado. Ao detectar um erro claro, eles avisam o árbitro em campo. A Fifa garante que as paralisações serão rápidas. “Após analisar mais de mil jogos, a perda de tempo em média é de um minuto com o VAR. Por exemplo, nos laterais cobrados, a cada jogo, se perdem sete minutos”, diz Gianni Infantino, presidente da entidade máxima do futebol.
De acordo com dados da Fifa, um árbitro comete um erro importante a cada três jogos. Com o VAR, comete um erro a cada 19 jogos. A porcentagem de acerto sem o uso da tecnologia é de 93%; com o uso é de 99%.
Bola com chip NFC
Batizada de Telstar-18, a bola do Mundial é uma homenagem ao passado. O nome é uma referencia ao Mundial de 70, vencido pelo Brasil, que foi a primeiro a ser transmitido ao vivo (Telstar vem de ‘Television Star’, que em inglês significa ‘estrela de televisão). Outra característica retrô é a volta das cores preto e branca, após uma sequência de mundiais com bola colorida. Mas o “retrocesso” para por aí.
Nesta Copa, todas as bolas em campo terão um chip embutido e poderão ser monitoradas em tempo real por meio do NFC (transmissão de dados por aproximação).
O chip funcionará como um código de barras, e a Fifa conseguirá ter todos os dados reais da bola, como deslocamento, velocidade, posicionamento global.
Segundo Bruno Almeida, Relações Públicas da Adidas, empresa responsável pela bola do Mundial, quem ganha com isso é o torcedor uma vez que o chip foi desenvolvido para que o consumidor possa interagir com a bola diante de um smartphone.
De acordo com a entidade, essa experiência personalizada inclui reconhecimento de localização, apresenta detalhes específicos de cada bola e proporciona acesso a desafios e concursos de destreza futebolística aos quais os usuários poderão se inscrever antes do inicio do mundial.
Goal-line
Todos os estádios da Copa do Mundo 2018 estarão equipados com a tecnologia da linha do gol (GLT), como foi no Brasil 2014. A tecnologia vai ajudar os árbitros a decidirem se um gol foi realmente marcado ou não.
Um sistema usa várias câmeras que foram instaladas no alto do estádio para determinar se a bola inteira cruzou a linha do gol. O sistema magnético rastreia os receptores na bola, e os campos magnéticos criados através de cabos subterrâneos calculam e determinam se um gol foi marcado.
A tecnologia da linha de gol registra automaticamente o gol e alerta imediatamente o árbitro para o fato. A tecnologia será capaz de impedir que decisões equivocadas sejam tomadas, como o gol anulado durante uma partida entre Inglaterra e Alemanha na Copa do Mundo de 2010 na Alemanha.
De acordo com a FIFA, os seguintes sistemas técnicos de linha de gol foram aprovados pela FIFA e pela International Football Association Board (IFAB) para uso: GoalRef, Hawk-Eye e GoalControl.