Redução de custos é a estratégia das empresas para crescer na incerteza econômica

12/06/2018

Economizar para crescer: um paradoxo que indica a estratégia das empresas nos últimos anos, sobretudo na região da América Latina.

95% do empresários brasileiros pretendem implementar ações de redução de custos nos próximos 24 meses, aponta pesquisa global de redução de custos da Deloitte. Este número está em conformidade com os apurados junto a empresários da América Latina (96%). Percebe-se, porém, que o índice no Brasil é maior ao verificado no restante do mundo (86%). A pesquisa ouviu mais 1.000 executivos C-level de quatro regiões: Estados Unidos, América Latina, Europa e Ásia-Pacífico.

Para assegurar competitividade e crescimento, mesmo diante de circunstâncias econômicas desafiadoras, as organizações passaram a rever suas estratégias de custo, o que pode proporcionar economias que podem ser reinvestidas em inovações, pesquisas de desenvolvimento de novos produtos e expansão para novos mercados. Segundo a pesquisa, quase metade dos entrevistados (45%) buscou metas de redução de custos menores que 10%. Ainda assim, quase dois terços dos entrevistados (63%) relataram que não conseguiram atingir suas metas. Com relação ao não cumprimento de metas, o Brasil apresenta rendimento bastante parecido à média global (64% contra 63%, respectivamente).

Redução de custos em nome da vantagem competitiva

Reduzir custos e, simultaneamente, manter o foco em metas de expansão de vendas são prioridades aparentemente conflitantes que refletem as incertezas sobre fatores macroeconômicos globais e da economia local nas perspectivas de desempenho das companhias no curto e no longo prazo. No Brasil, a recessão é uma das principais ameaças consideradas pelas empresas, assim como a flutuação da taxa de câmbio global é um dos riscos preponderantes destacados pelas empresas mexicanas.

No caso do Brasil, associados ao cenário de recessão local, esses fatores globais exercem muita influência na composição das estratégias de negócios e de custos. Nesse sentido, a redução de custos tem sido estimulada por uma combinação de ações defensivas, que buscam controlar custos, e outras ações orientadas ao aumento da rentabilidade. Empresas brasileiras e mexicanas afirmam que farão investimentos necessários em áreas de crescimento e pretendem ganhar vantagem competitiva com as iniciativas de redução de custos.

Gestão de caixa é prioridade

Devido ao alto grau de tensão econômica que as empresas brasileiras enfrentam, é possível que muitas estejam se concentrando em todos os aspectos da gestão de caixa, de crédito a capital de giro, incluindo liquidez e questões relacionadas à taxa de câmbio. “Em tempos de incerteza econômica, as empresas com metas agressivas de redução de custos podem se recuperar mais rapidamente e ganhar vantagens competitivas em seus mercados, ultrapassando seus concorrentes. O ambiente econômico desafiador pode representar uma oportunidade única de se posicionar para o sucesso no longo prazo, especialmente no caso do Brasil, onde a atual taxa de câmbio pode ser um estímulo às exportações”, afirma Renata Muramoto, sócia da área de Estratégia & Operações da Deloitte.

Para a executiva, ainda que muitas empresas não alcancem metas mínimas de redução de custos. Isso significa que elas devem considerar a adoção de tecnologias exponenciais disruptivas e soluções digitais como um fator decisivo para alavancar a eficiência e a eficácia, viabilizar novos modelos de negócios e melhorar margens de forma sistêmica.

Texto com informações do site Valor Econômico

Data: 11/06/2018
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Seção: Notícias
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