Tecnologia do árbitro de vídeo chama a atenção na Copa do Mundo de 2018

20/06/2018

Nem Cristiano Ronaldo, artilheiro do mundial com 4 gols, nem qualquer outra estrela. Quem tem mais chamado a atenção e mais tem sido decisivo na Copa do Mundo 2018 é o VAR, como é chamado o árbitro de vídeo na sigla original.

Entre as seleções que reclamam ter sido prejudicadas pelo não uso da tecnologia está a brasileira, que, inclusive, entrou com uma representação na Fifa solicitando explicações e expondo descontentamento quanto ao não uso do VAR na partida de estreia da Copa do Mundo contra a Suíça, no último domingo.

O fato é que a tecnologia parece estar contribuindo mais e de forma mais determinante para o resultado dos jogos deste Mundial. Desde o início da competição, foram marcadas 9 penalidades máximas em 15 partidas disputadas. Uma média de uma a cada dois jogos. Desses 9 pênaltis marcados nada menos que três foram assinalados com a ajuda do recurso do vídeo: Griezmann (França), Cueva (Peru) e Granqvist (Suécia). Os jogos da Rússia mostram que as câmeras deixaram de ser meras coadjuvantes. Antes elas apenas retratavam as partidas, agora tem o poder de mudá-las.

No Mundial de 2014, no Brasil, em comparação, foram necessários 25 jogos para se chegar a esse número de penalidades. Ao final da primeira fase, a média foi de uma cobrança a cada cinco jogos.

Vale lembrar que o VAR deve entrar em ação em quatro situações de jogo: marcação de gol, cartão vermelho, marcação de pênalti e identificação errada de jogador punido. A cada partida do Mundial, são quatro árbitros de vídeo sendo auxiliados por 35 câmeras e uma ilha de edição com vários ângulos do mesmo lance. Mesmo com a tecnologia, a decisão permanece sendo tomada pelo juiz que comanda o jogo.

A verdade é que a tecnologia para suprir o campo de visão dos árbitros se tornou um jogador titular dos gramados russos.

A Startup por trás do VAR

Além de uma equipe de quatro profissionais, instalados em uma cabine no Centro Internacional de Transmissões em Moscou, há muita tecnologia envolvida na captura dos vídeos e na produção de simulações dos lances futebolísticos. Quem está por trás dessa inovação é uma startup britânica, chamada Hawk-Eye Innovations. O negócio, que começou atendendo esportes como críquete e tênis, expandiu para o futebol após ser adquirido por uma gigante japonesa Sony em 2011.