O Oito, espaço de inovação e empreendedorismo da Oi, em Ipanema, foi palco da 3ª edição do “Reage, Rio”, nesta quarta-feira, 20. Com o tema “Cidades Inteligentes”, o evento, organizado pelos jornais O Globo e Extra e com o apoio da prefeitura, reuniu especialistas para discutir soluções inovadoras para a capital e o Estado.
Dividido em apresentações, o Seminário trouxe Fabio Duarte, consultor em mobilidade urbana para o Banco Mundial, em painel com projetos do MIT Sensible City Lab sobre como criar cidades “sensíveis”, além de José Armênio, presidente da SP Urbanismo, que fez uma introdução sobre o que são Cidades Inteligentes.
Neste painel, a conclusão foi que as Cidades inteligentes são aquelas que utilizam a tecnologia para melhor a mobilidade, mas também são as que garantem que todos seus habitantes tenham acesso a serviços básicos, como saneamento e calçadas com mais infraestrutura.
Um dos trabalhos do MIT, apresentados por Fabio Duarte, mostrou o compartilhamento de corridas de táxis em Nova York. Por meio de algoritmos, os pesquisadores perceberam que 90% das viagens poderiam ser compartilhadas, caso os passageiros esperassem cerca de 5 minutos. Em outro exemplo, o laboratório usou dados do Google Street View para levantar dados sobre arborização de Boston, onde fica o laboratório. A ideia foi expandida para 40 cidades no mundo.
— É usar ciência como instrumento para movimentação política. É interessante que as cidades estejam colocando tecnologia, fazendo salas de controle. Mas o que a gente precisa fazer são dois pontos: não importa quem esteja coletando dados da cidade. A cidade é um espaço público e os dados precisam ser públicos. O segundo ponto é que se a gente tiver perguntas interessantes e métodos também refinados a gente consegue entender a cidade de forma muito melhor — resume Fabio Duarte.
Mas, como cidade inteligente não é só high tech, os especialistas que participam do evento lembram que é preciso investir em necessidades do século passado, que ainda não alcançam todos. Para o arquiteto e urbanista José Armênio, as cidades brasileiras têm "QI baixo".
— As cidades brasileiras têm 45% do esgoto tratado (em média). Temos as de Amapá com 3,8% e as de São Paulo com 88,4% — frisa. — Não cumprimos a agenda social do século XX. Hoje nossas cidades não têm infraestrutura para todos os habitantes. Não adianta a gente colocar a tecnologia abstratamente. Precisamos de cano de esgoto, reserva de água, calçada para pedestre e transporte público.
Texto com informações do Jornal Extra
Data: 20/06/2018
Hora: 12h39
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Autor: Marcelo Corrêa
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Link: https://extra.globo.com/noticias/rio/cidades-precisam-de-tecnologia-mais-infraestrutura-para-serem-inteligentes-dizem-pesquisadores-22801866.html