Investimento-anjo cresce no Brasil e aporta quase 1 bilhão de reais em startups em 2017

28/08/2018

Alcançando a marca de R$ 984 milhões de reais investidos, o volume de recursos aportados por investidores-anjo no Brasil bateu mais um recorde. É o que revela uma pesquisa sobre investimento-anjo em 2017, apresentada na última semana pela Anjos do Brasil.

De acordo com o levantamento, a causa do forte crescimento no último ano tem origem conjuntural e estrutural. Estruturalmente, a tão esperada Lei Complementar 155/2016, entrou em vigor em 01/01/2017, trazendo maior segurança jurídica para os investidores. Empresas como 99, PagSeguro e Nubank divulgaram seus resultados e se consagraram como os primeiros unicórnios brasileiros.

Este reconhecimento trouxe credibilidade para o campo de inovação nacional, colaborando com os fatores conjunturais que suportaram os resultados do ano. Além disso, a queda da taxa de juros incentivou o crescimento do número de investidores anjo proativos. Em um círculo virtuoso, quanto mais se investe e mais a temática é discutida, mais pessoas entendem e buscam proativamente aportar em startups como uma opção de investimento.

Ainda de acordo com a pesquisa da Anjos do Brasil, a quantidade de investidores anjo no Brasil também cresceu em 2017, um aumento de 16% se comparada a 2016. Atualmente, o país tem um total de 7.615 investidores-anjo, sendo que apenas 10,1% desse número são mulheres.

O volume anual médio por investidor também cresceu, alcançando a marca de R$129 mil (US$ 32.428). Este valor não está muito aquém dos dados estadunidenses e europeus: US$82 mil e US$ 25 mil, respectivamente. Apesar deste crescimento, quando levamos em consideração a Relação do PIB brasileiro e do Estados Unidos, o Brasil deveria ter 9,5 vezes o volume atual de investimento anjo, ou seja, aproximadamente R$ 9,4 bilhões por ano.

Entretanto, para que isto ocorra, é necessário urgentemente que se criem políticas de estímulo para o investimento em startups, como já aplicadas pelo Reino Unido, França, Portugal e mais recentemente a Argentina e África do Sul, que permite a compensação de até 100% do valor investido no imposto devido pelo investidor. Para o presidente voluntário da Anjos do Brasil, Cassio Spina, “sem estímulos, temos risco de estagnar o crescimento do investimento anjo em startups no Brasil, lembrando que quando comparamos com os EUA e a Europa ainda representamos menos de 2% do que já se faz por lá. Nossa competitividade no setor de startups, tão relevante atualmente no cenário global, ficaria ainda mais comprometida.”

Confiante, diante dos dados apresentados pela pesquisa deste ano, Cassio Spina afirma: “Nota-se que poucos ajustes, como a vigência da Lei 155, já trouxe alguns resultados. É um momento no qual temos uma oportunidade única de crescimento, se conseguirmos adotar as políticas necessárias, como aconteceu no Reino Unido e na França”.

Fonte: Startupi
Data: 24/08/2018
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