Faltam 100 mil profissionais para áreas de TI

18/09/2018

Um dos problemas que preocupa os empreendedores de inovação é a falta de profissionais qualificados. De acordo com o IDC Brasil, há hoje mais de 100 mil vagas não preenchidas no país por carência de pessoal com qualificação adequada.

“A demanda ainda é maior que a oferta, não conseguimos criar profissionais em volume suficiente para atender as necessidades do mercado, que está se modernizando”, analisa o gerente de consultoria e pesquisa da IDC Brasil, Pietro Delai. Ele alerta que esse déficit é resultado da ausência de instituições de ensino para capacitar os profissionais buscados pela área.

A mudança no cenário de negócios exige reestruturação dos cursos de TI, que precisa formar pessoas com capacidade para compreender e trabalhar com novas tecnologias como inteligência artificial. Exemplo disso, conta ele, é que não há uma graduação específica para cientistas de dados no Brasil.

Esta semana, a Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) revelou que o Brasil é um dos países com a menor participação de graduados nas áreas de ciência, tecnologia, engenharia e matemática (17%) ante média de 24% entre os 34 países membros da organização.

Currículo perfeito

Já se foi o tempo em que os especialistas em sistemas de informação ou computação trabalhavam isolados nas áreas de tecnologia das empresas e apenas resolviam os problemas tecnológicos dos outros setores. Para ser um profissional de destaque no mercado atual, o profissional de TI deve também possuir visão de negócios e conseguir auxiliar na tomada de decisões utilizando como base a leitura de dados disponíveis, por exemplo. 

O coordenador acadêmico do curso de administração e gestão de TI da Fiap, Claudio Carvajal, reforça a necessidade das empresas em contratar profissionais de TI com uma perspectiva de mercado.

“Este funcionário passa a ter um papel mais estratégico e contribui com ideias e formações sobre novas tecnologias, mas alinhado com uma visão de negócios”, argumentou o docente.

Apesar da necessidade das empresas em receber auxílio do setor de tecnologia para a tomada de decisões, muitos executivos ainda não utilizam os dados para a criação de estratégias. O vice-presidente da MicroStrategy na América Latina, Flávio Bolieiro, comenta que não basta ter uma área de TI bem desenvolvida ou capacitada se a diretoria não estiver aberta à inovação.

“As corporações de todos os segmentos criam base de dados porque têm inúmeras informações sobre diferentes assuntos da vida dos clientes, mas não basta ter estes dados, é preciso saber e querer utilizá-los”, afirma Bolieiro.

*Com informações do DCI

Data: 14/09/2018
Hora: 05h
Seção: Tecnologia
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