Cerca de um bilhão de meninas e jovens não têm acesso ao ensino de habilidades para as profissões do futuro, aponta relatório

09/10/2018

955,6 milhões de meninas e mulheres de até 24 anos atualmente não têm acesso ao ensino e desenvolvimento de habilidades consideradas fundamentais para as profissões do futuro, aponta um relatório divulgado nesta quarta-feira, 09, pelo Fundo Malala.

Em entrevista ao site G1, Farah Mohamed, CEO do Fundo Malala, afirmou que deixar de preparar essa geração de meninas pode deixá-las vulneráveis a situações laborais precárias no futuro. Entre as habilidades citadas no relatório estão tanto os conhecimentos tecnológicos quanto a capacidade de resolver problemas, que segundo Mohamed são "aptidões necessárias para ter sucesso em um mercado de trabalho que muda rapidamente".

Confira a seguir os quatro níveis de habilidades destacados pelo relatório "Força total: por que o mundo funciona melhor quando as meninas vão à escola".

Habilidades digitais básicas: Acessar e interagir com tecnologias digitais, como saber se conectar à internet, criar contas e perfis, acessar recursos e informação, ajustar as configurações e gerenciar arquivos.
Habilidades digitais genéricas: Usar as tecnologias digitais de maneiras significativas e benéficas; por exemplo: criar conteúdo, se comunicar digitalmente e ter consciência sobre direitos e segurança digitais.
Habilidades do século 21: São as habilidades que vão além da alfabetização e dos conhecimentos numéricos básicos, como comunicação, colaboração, resolução de problemas, criatividade e pensamento crítico.
Habilidades de alto nível: Usar a tencologia digital de forma empoderadora e transformadora, como desenvolver aplicativos, gerenciar redes, programação, análise e processamento de dados.

"Vários estudos mostram que dar 12 anos de educação para meninas teria consequências que mudariam o mundo. Não tomar medidas e permitir que mulheres e meninas permaneçam sem educação e desempregadas desperdiça seu potencial e impede o progresso econômico global e o desenvolvimento sustentável", disse a CEO do fundo.

Os números mostram também que, quanto mais pobre é o país, maior a porcentagem de mulheres jovens que, atualmente, não estão sendo preparadas para cumprirem as exigências do mercado de trabalho dos próximos anos.

O documento recomenda aos líderes do G20, o grupo de países mais ricos do mundo, uma linha de ação para reverter o problema. Isso inclui aumentar os orçamentos internos para a educação em países em desenvolvimento, aumentar as contribuições de doadores e lançar uma nova iniciativa para dar às meninas as habilidades de que elas precisam para competir com outros trabalhadores.

O levantamento usou como referência uma análise de informações feita pelo Instituto de Estudos do Desenvolvimento (IDS), do Reino Unido, que cruzou dados oficiais sobre as matrículas de meninas na educação formal e informações da ITU, a agência das Nações Unidas sobre tecnologias de informação e comunicação para estimar o número, que representa 65% da população mundial feminina com até 24 anos.

*Com informações do G1

Data: 09/10/18
Hora: 5h
Seção: Educação
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Link: https://g1.globo.com/educacao/guia-de-carreiras/noticia/2018/10/09/quase-um-bilhao-de-meninas-e-jovens-nao-tem-acesso-ao-ensino-de-habilidades-para-as-profissoes-do-futuro-diz-estudo.ghtml