Burocracia e crédito caro atrapalham crescimento de MPEs, dizem assessores de candidatos à presidência

23/10/2018

O atual cenário das micro e pequenas empresas (MPEs) brasileiras foi tema central do evento Mitos & Fatos, realizado nesta segunda-feira, 22, pela rádio Jovem Pam. O evento contou com a participação do presidente do Sebrae, Guilherme Afif Domingos, e de assessores econômicos dos candidatos à Presidência da República, em painel sobre “Como melhorar as atividades do empreendedor no Brasil”.

Durante a abertura do evento, o presidente do Sebrae abordou os desafios enfrentados pelos empresários de pequenos negócios no Brasil. “Quem carrega o país nas costas, em termos de geração de renda e emprego, é o pequeno. O Brasil real é composto por um universo de micro e pequena empresa fortemente em função do Microempreendedor Individual (MEI), que é o maior programa de inclusão econômica do mundo”.

A expectativa para tornar o ambiente dos pequenos negócios mais favorável, no próximo Governo, concentra-se em facilitar o acesso a crédito e permitir uma reforma fiscal. Ao ser entrevistado pelo jornalista Augusto Nunes, Afif ainda saiu em defesa da ampliação do Regime do Simples Nacional.

“Eu espero que quem seja eleito já saiba o que vai fazer desde o primeiro dia, pois o primeiro ano do Governo será estratégico para a estabilização econômica do país e as decisões passam pelas micro e pequenas empresas”.

Cenário menos hostil

O debate sobre como tornar o ambiente menos hostil para os pequenos negócios foi ampliado com o depoimento do empresário Matheus Moraes, do aplicativo 99; do diretor da Totvs, Juliano Seabra; do superintendente do Sebrae em São Paulo, Bruno Caetano; e do professor e coordenador de projetos da FGV, Marcus Salusse. A conclusão foi que a burocracia é considerada o principal empecilho para quem está à frente de uma pequena empresa.

“Todo mundo hoje quer fazer um sistema unificado, mas os sistemas não se conversam. Falta uma visão cooperativa entre as estruturas federativas, mas quando o poder público destrava, a sociedade responde”, afirmou Caetano. Ponto de vista defendido também por Seabra, “a simplificação deve ser o objetivo a ser alcançado para todos aqueles que empreendem”.

No entanto, o ponto alto do vento foi o debate entre os assessores econômicos dos candidatos à Presidência da República neste segundo turno. Guilherme Mello, da equipe do presidenciável Fernando Haddad (PT), e Carlos Alexandre da Costa, assessor econômico de Jair Bolsonaro (PSL), discutiram o cenário para as MPEs e as atividades para a retomada da economia no próximo mandato, detalhando a plataforma econômica de cada um. A reforma tributária foi ponto em comum entre os economistas.

“O Brasil hoje tem um solo fértil para o empreendedorismo. Nós temos o sol, que é o mercado e o nosso povo, mas a água da chuva é capturada pelo Governo com uma burocracia grande e uma carga tributária enorme”, disse Costa. Já Mello afirmou que é preciso buscar instrumentos para derrubar as dificuldades, “precisamos enfrentar a estrutura tributária, que necessita ser reformada com simplificação dos valores,” enfatizou.

* Com informações da Folha de S. Paulo

Data: 22/10/18
Hora: 14h43
Seção: Governo
Autor: Filipe Oliveira
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Link: https://www1.folha.uol.com.br/mercado/2018/10/burocracia-e-credito-caro-emperram-crescimento-de-pequenas-empresas-dizem-assessores-de-candidatos.shtml