Apesar de ainda estarmos um pouco distantes do momento em que veículos autônomos circularão livremente pelas ruas, algumas questões referentes à sua adoção já são debatidas. Uma delas, por exemplo, é a ética das máquinas e a sociedade. Afinal em caso de uma falha geral no veículo e uma ação emergencial ser necessária, qual é a forma correta de agir? Sacrificar os passageiros ao não evitar uma colisão ou desviar o veículo e atropelar pedestres?
Levando em conta essas questões, o MIT (Massachusetts Institute of Technology) promoveu uma pesquisa online em 2016, na qual as pessoas respondiam uma série de questões éticas relacionadas a coalizões de carro fictícias.
Milhares de pessoas de mais de 233 países responderam, tomando 40 milhões de decisões éticas no total. Com base nesses dados, os autores do estudo identificaram algumas preferências globais, como: poupar humanos a animais e crianças ao invés de adultos. O estudo sugere que esses podem ser fatores base para a criação de políticas e leis para carros autônomos.
Ao mesmo tempo, os autores deixaram claro que os resultados não refletem um algoritmo de tomada de decisão. “O que nós estamos tentando mostrar é ética descritiva: o que as pessoas preferem em decisões éticas”, revela Edmond Awad, co-autor do artigo, para a The Verge.
É importante levar em consideração que por mais que essas decisões deverão ser tomadas no futuro, ainda temos um longo caminho pela frente. Autonomia de máquinas ainda está no comecinho e carros autônomos são apenas protótipos e não produtos. Especialistas também afirmam que não está claro como essas decisões serão programadas, mas existe uma clara necessidade de consulta pública e debate.
Da ética para a legislação
Quão próximos estamos de precisar de uma legislação para esses problemas? Quando as empresas vão começar a programas decisões éticas em veículos autônomos?
A resposta curta é: isso já está acontecendo. De acordo com o The Verge, isso acontece se levarmos em consideração de que todo algoritmo toma decisões e que algumas podem ter consequências éticas. Mas, em termos mais concretos, é provável que as preferências aproximadas estejam sendo codificadas, mesmo que as empresas envolvidas não estejam dispostas a falar sobre elas publicamente.
Qualquer que seja a vida que as empresas desenvolvedoras de carros autônomos digam que priorizam - pessoas ou animais, passageiros ou pedestres - será uma decisão que afeta alguém. É por isso que são dilemas éticos: não há uma resposta fácil.
Empresas privadas estão trabalhando bastante nessas questões, diz Andrea Renda, pesquisadora sênior do Centro de Estudos Políticos Europeus. "O setor privado está tomando medidas sobre isso, mas os governos podem não achar isso suficiente", diz Renda ao The Verge. Segundo ele, na Europa, a UE está trabalhando em diretrizes éticas e provavelmente as aplicará por meio de "legislação de comando e controle ou por meio de certificação e co-regulação".
* Com informações do Startse
Data: 27/10/18
Hora: ------
Seção: Notícias
Autor: Isabela Borrelli
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Link: https://startse.com/noticia/como-carros-autonomos-escolherao-as-vidas-serem-poupadas-em-um-acidente