Não foi só a crise - o crime na internet foi um dos grandes causadores de dor de cabeça no mundo em 2008. Durante o período, houve um recorde na quantidade de malwares, infecções e botnets com lucros ilícitos, de acordo com a empresa de segurança F-Secure. De acordo com a pesquisa divulgada nesta quarta-feira (7), a detecção de software malicioso triplicou no ano passado - ou seja, a quantia total acumulada nos 21 anos anteriores aumentou em 200% apenas em 12 meses.
A grande causa do aumento continua sendo o ganho financeiro com golpes, proporcionando um aumento massivo das ameaças e crimes praticados por grupos organizados. Um exemplo disso foi o crescimento das botnets, as redes de computadores "zumbis" que, infectados, agem em conjunto para ataques. Elas continuam sendo o principal desafio para a indústria de segurança de TI devido ao nível cada vez maior de sofisticação na elaboração de spam e e-mails com mensagens contendo códigos maliciosos ou phishing.
A punição dos responsáveis continua sendo uma tarefa desafiadora, mas houve alguns sucessos recentes. Uma operação do FBI fechou o Dark Market, um site para comercialização on-line de números de cartões de crédito roubados e serviços ilegais. O trabalho investigativo conduziu ao fim da McColo Corp. que hospedava as principais botnets, resultando em uma queda temporária na quantidade de e-mail spam. A Microsoft apresentou ações judiciais contra os fornecedores de aplicativos de segurança desonestos, tentando assustar internautas em comprar produtos inúteis.
Em seu "Sumário de Dados de Segurança de Final de Ano para 2008", a empresa condena a punição atual dada aos criminosos virtuais. De acordo com comunicado à imprensa, a F-Secure acredita que "a incapacidade óbvia das autoridades internacionais e nacionais em prender, processar e sentenciar os criminosos da Internet é um problema que precisa ser resolvido".
Como solução, Mikko Hyppönen (foto ao lado), chefe dos laboratórios de pesquisa e desenvolvimento da F-Secure, sugere a criação de uma “Internetpol” para atacar o crime on-line. “O fator preponderante hoje, é que poucos criminosos são punidos. Como resultado, nós estamos transmitindo a mensagem errada a eles: aqui está uma forma de se fazer muito dinheiro e você nunca será pego ou punido”, diz Hyppönen.
Segundo Gabriel Mernegatti, Diretor da F-Secure no Brasil, “A F-Secure coopera com todas as instituições internacionais que combatem o crime organizado na Internet, como Interpol, CIA, FBI, entre outros. Esperamos que neste ano, as instituições brasileiras também dediquem um pouco mais de atenção aos crimes virtuais, pois muitos deles são originados no Brasil, como pudemos conferir nos noticiários ao longo do ano passado”.
Site: PC Magazine
Data: 07/01/2009
Hora: 16h33
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Autor: Bruno Amaral
Link: http://pcmag.uol.com.br/conteudo.php?id=781