Os dados reunidos por empresas de todos os portes podem ser considerados o “novo petróleo”, segundo o empresário John Forman, da JF Consultoria, que foi um dos palestrantes do 1º Workshop Tecnológico - Ciência de Dados e Inteligência Artificial realizado pelo TI Rio. O evento reuniu empresários de empresas filiadas que abordaram temas como as relações entre Ciência de Dados e a Inteligência Artificial; como mudar a forma de visualização de dados obtidos de sistemas integrados (big data, de algoritmos de inteligência artificial ou diretamente de sensores e IoT) e como os dados podem ser utilizados na prática dos negócios.
Forman afirmou que todos que têm dados contam com potencial para extrair mais do que se acreditava. Não apenas nos dados próprios, que estão em sistemas, mas também com os capturados do mundo ao redor, como nas redes sociais ou em notícias de jornais: “É um mundo, é meio intimidador, mas a tecnologia está evoluindo muito e já está ao alcance das pequenas e médias empresas usar os dados para melhorar os seus negócios.”
Maria Luiza Reis, CEO da LAB 365 e presidente da Assespro/RJ destacou a importância de as empresas dedicadas à inteligência artificial utilizarem informações locais. “Tem sido hábito começar a entender a IA acessando bibliotecas externas, o que é muito bacana. Mas é importante desenvolver também e treinar as nossas ferramentas com a nossa realidade. Muitas vezes uma ferramenta treinada com uma realidade diferente não permite atingir os objetivos das pequenas empresas.” Ela lembra a importância de a IA estar adaptada às necessidades, cultura e conhecimento locais para ter melhores resultados.
Também com foco nos resultados, Humberto Aranha, da Interagente Informática, comparou o machine learning e a inteligência artificial. Explicou que a maioria das aplicações úteis e práticas de negócios não requerem necessariamente uma inteligência artificial. Para ele existe uma variedade grande de aplicações com as quais as empresas podem se beneficiar de forma mais barata e retornos imediatos: “Claro que podem existir situações em que um agente, uma máquina ou robô autônomo seja necessário, mas não o é na maioria dos casos.”
Já o machine learning, é um conjunto de técnicas e algoritmos baseados em estatísticas que permitem descobrir padrões de relacionamento nos dados, mas as decisões ficam a cargo dos humanos. “Na verdade -diz – o machine learning permite aumentar a capacidade de decisão humana, enquanto a IA cria agentes autônomos que podem tomar decisões por si próprios e aprender com essas decisões, para evitar futuros erros e maximizar os objetivos.”
Um exemplo prático apresentado foi o aplicativo Rota Segura, pelo empresário Antonio Ferreira da Silva Filho, da Safe Rio 360. O app foi criado para indicar os trajetos mais seguros no deslocamento nas cidades. No momento a operação se dá no Rio de Janeiro. Segundo Antonio, são utilizadas ferramentas como machine learning, Blockchain e IOT, para alcançar o maior nível possível de segurança nas informações aos usuários.
Newton Fleury, diretor do TI Rio, afirmou que o workshop terá desdobramento com a criação com um grupo de discussões que aprofundará o tema. Adiantou ainda que realizará encontros bimensais. “Esse foi o primeiro de uma série de eventos. O TI Rio está disposto a contribuir com suas empresas filiadas na disputa pelo mercado. Está à frente em discussões emergentes é fundamental.”
O workshop contou com os seguintes painéis: A nova Riqueza movimentando a Economia Digital; Data Visualization na era do Big Data; Machine Learning e Inteligência Artificial: da tecnologia às soluções de negócios e Machine Learning e BlockChain aplicado a Cidades Inteligentes