Fazer mais com menos. O lema de muitas empresas frente à atual crise mundial garante, sim, economia, mas pode acabar resultando também em perda de qualidade e, por fim, de clientes. É o que indica um estudo da Symantec, voltado especialmente à área de data centers.
No relatório State of the Data Center, a empresa é categórica em afirmar que, mesmo com o dinheiro curto, o melhor é otimizar recursos e pensar no retorno de investimentos antes de sair cortando custos desenfreadamente.
“O mais aconselhável é garantir o máximo aproveitamento da estrutura de TI que a empresa já possui. Há soluções voltadas a isso, mas há também processos que indicamos, como a avaliação, previamente à compra, da real necessidade do cliente”, destaca Paulo Vendramini, gerente de Engenharia de Sistema da Symantec.
A dica também ajuda no atendimento às exigências por níveis de serviços, que foram apontadas por 60% dos entrevistados da Europa e dos EUA e por 62% dos brasileiros como uma das grandes dificuldades de suas rotinas.
“Um cliente que vai comprar armazenamento, por exemplo, pode pedir uma certa quantidade de espaço que excede sua necessidade. Cabe ao fornecedor avaliar a demanda do cliente e recomendar se tal investimento é válido ou exagerado, demonstrando, se necessário, qual o SLA mais adequado”, explica Vendramini.
Ainda conforme o estudo da Symantec, apesar de a preocupação com a recessão ser geral, no Brasil os cortes de custos vêm surpreendentemente na última posição quando se fala de objetivos dos empresários. Se no restante dos países ouvidos pela pesquisa este item vem em primeiro lugar, por aqui recebeu somente 14% dos votos, perdendo para melhoria no nível dos serviços (33%) e na velocidade da resposta (22%).
Por que isso? Resposta: realidades diferentes. “Nos EUA, na Europa, sempre se aprendeu a fazer mais com mais, quando algo é preciso, vai lá e compra. A facilidade de compra sempre foi costumeira. No Brasil, não. O empresário brasileiro sempre soube se virar com poucos recursos, ou com os recursos que tem, sem partir para a expansão dos mesmos frente a qualquer problema”, justifica o gerente.
E para fazer mais com menos, os executivos nacionais elencam algumas práticas favoritas. Em primeiro lugar, vem a automação de tarefas de rotina, mencionada por 42% dos entrevistados. Logo depois, o treinamento multi-disciplinar da equipe, com 40% dos votos, e a redução da complexidade de data centers, com 35%.
Sempre em voga
Também faz parte do relatório da Symantec o velho problema de falta de mão de obra no setor de TI. Com foco em data center, o estudo aponta que a dificuldade no preenchimento de vagas existe por falta de pessoal qualificado na opinião de 36% dos entrevistados.
Entretanto, tudo parece se encaminhar para uma melhoria, já que no Brasil as expectativas de que os recursos para treinamentos aumentem ou permaneçam iguais é de 92%, maior do que a média observada nas Américas, que é de 78%.
O estudo
A pesquisa State of the Data Center foi realizada pela Symantec em setembro e outubro de 2008. O estudo envolveu 1,6 mil gerentes, diretores e vice-presidentes de data center de empresas com cinco mil funcionários ou mais, localizadas em 21 países de todos os continentes. No Brasil foram entrevistadas 49 companhias.
Site: Baguete
Data: 15/01/2009
Hora: 15h21
Seção: Notícias
Autor: Gláucia Civa
Link: http://www.baguete.com.br/noticiasDetalhes.php?id=31863