Crise e problemas das empresas indianas de TI podem auxiliar outsourcing brasieiro

19/01/2009

A crise financeira, atrelada aos problemas pelos quais passam a indústria de outsourcing da Índia, depois do escândalo da adulteração dos balanços da Satyam e dos problemas da Wipro com o Banco Mundial, podem beneficiar o Brasil nesse momento e aumentar sua força no mercado de outsourcing de TI internacional.

De acordo com Antônio Carlos Rego Gil, presidente da Associação de Empresas de Tecnologia da Informação e Comunicação (Brasscom), o momento é positivo para o país e os analistas indicam uma crescente do outsourcing brasileiro no mercado.

“O real desvalorizou mais que a rúpia, o que torna o Brasil mais competitivo, além disso, os problemas com as empresas indianas pode dar força e maior visibilidade para as companhias brasileiras”, analisa Gil, ressaltando que o Brasil é sétimo maior mercado interno do mundo.

Dessa forma, Gil aponta que o Brasil pode se beneficiar desse cenário para aumentar a sua presença no mercado de outsourcing mundial, mas que para isso, depende da atuação dos próprios empresários.

“A desvalorização do real claramente acelerará esse processo. O mercado interno do Brasil é maior do que o da Índia. As oportunidades estão aí, agora que ficamos mais competitivos, os empresários precisam investir em suas operações para se aproveitar do momento e obter resultados favoráveis”, observa o presidente da Brasscom.

Segundo ele, o único critério que ainda dificulta a atuação do país em outsourcing é o fato de os custos brasileiros serem altos, o que deve diminuir quando entrar em vigor a lei que prevê uma desoneração n folha salarial para as empresas de TI, o que acarretará em menos gastos com pessoal.

Para o novo presidente da CPM Braxis, José Luiz Rossi, já existe no mercado global uma tendência de diversificação da Índia. Ele aponta que havia uma concentração muito grande de offshore de outsourcing na Índia e que esses aspectos só reforçam a necessidade de diversificação.

“É claro que essas notícias não ajudam a imagem de nenhuma empresa e relamente abalam as operações, assim como atrapalham a indústria de outsourcing indiana como um todo”, analisa Rossi.

No entanto, o executivo é mais comedido sobre quais serão os efeitos desses acontecimentos e se estes realmente vão favorecer a atuação do Brasil.

“Agora, depende do cliente se isso vai ajudar ou não na disputa pelo fechamento de um contrato. Temos que ver como os clientes vão se portar diante dos acontecimentos com as empresas indianas”, comenta Rossi.

Mas o executivo avalia, que dependendo das circunstâncias, esse fato pode vir a gerar benefícios para o Brasil. “Eu vejo que pode ser positivo. Temos competência e profissionais qualificados para concorrer”, concluiu Rossi.

Site: TI Inside
Data: 16/01/2009
Hora: 11h38
Seção: -------
Autor:Victor Hugo Cardoso Alves
Link: http://www.tiinside.com.br/News.aspx?ID=112876&C=265