Para Liza Herbert, antes das contratações de serviços, as empresas devem fixar cláusulas evitando aumento de preços, eventuais multas e determinando normas para suporte e customizações.
As aplicações de SaaS (software como serviço) continuam ganhando mais popularidade, entretanto, de acordo com Liz Herbert, analista da Forrester Research, é preciso que as empresas tomem certas precauções na hora de fechar contratos de serviço com os fornecedores.
Segundo a consultoria, 16% das grandes empresas norte americanas e européias já testavam projetos no modelo de SaaS em 2007; e 50% delas estavam interessadas nesta tecnologia. Porém, a analista destaca que a adoção do padrão de software como serviço pode ser menor em 2008 devido a possíveis complicações jurídicas entre seus fornecedores e consumidores.
Os contratos de SaaS estão ficando cada vez mais longos. “No passado, eu via contratos mensais ou baseados em testes das ferramentas em questão. As companhias procuravam não se comprometer”, diz Herbert, ao explicar que atualmente tem observado termos de compromisso de até 5 anos entre organizações e vendedores.
Vendedores estes, que se valem de descontos cada vez mais atraentes – de, muitas vezes, mais de 50% - para conseguirem selar tais pactos. E, de acordo com a analista da Forrester Research, antes de assinar contratos tão longos, as companhias devem considerar também o que acontecerá quando este termo expirar.
Como exemplo, Herbert cita que os termos devem incluir cláusulas que não permitam aumentos abusivos nos preços no caso da continuação dos serviços após o termino do prazo contratual. Além disso, a analista aconselha que as empresas exijam a extinção de qualquer multa no caso do rompimento do compromisso antes do tempo pré-determinado.
Outras considerações que devem ser feitas dão conta das determinações acerca dos níveis de serviço prestados pelo provedor, assim como do suporte às operações e da quantidade de customizações as quais o cliente tem direito.
Os vendedores também devem alertar clientes sobre quando forem mudar de hosting e os consumidores, por sua vez, devem ter o tempo suficiente para checar se continuarão com os serviços após tal mudança.
Mais que isso, Liz Herbert alerta que todo o time jurídico das companhias deve estar envolvido no processo de contratação do modelo de SaaS. “Há algum tempo, as organizações migravam para o padrão de software como serviço apenas algumas funções básicas. Hoje, a complexidade dessas operações aumentou e isso torna este movimento de mudança bem mais complexo”, afirma.
Outro aviso que a analista dá é de que as corporações fiquem atentas às políticas de dados utilizadas nesses termos de SaaS. Segundo ela, por contrato, é preciso que haja a determinação de que, no caso de mudança de provedor, a companhia não pague nada para ter seus dados de volta.
“Além disso, é sempre bom garantir que os contratos estão sendo firmados com fornecedores financeiramente estáveis”, conclui Herbert.
Site: CIO
Data: 16/01/2009
Hora: 16h19
Seção: Estratégias
Autor: Chris Kanaracus
Link: http://cio.uol.com.br/estrategias/2009/01/16/analista-da-forrester-indica-cuidados-em-contratos-de-saas/