SÃO PAULO - A EMC, maior empresa mundial em sistemas de armazenamento de dados, quer popularizar o disco rígido externo no Brasil.
Para isso, pretende fazer acordo com grandes redes varejistas, ampliar o número de distribuidores no país e até estudar a fabricação local dos equipamentos.
A companhia adquiriu o controle da Iomega, terceira maior em discos rígidos do mundo (HD) externos no ano passado, e agora se prepara para levar esse tipo de equipamentos ao consumidor final através do grande varejo.
Acostumada a atender grandes e médias corporações com seus sistemas de armazenamento de dados, a EMC tem uma explicação para se voltar agora ao consumidor final: "mais de 70 por cento dos dados digitais produzidos todo ano são gerados pelos consumidores", explicou Joel Schwartz, vice-presidente mundial da EMC, em encontro com a imprensa brasileira nesta terça-feira.
O volume cresce em média 60 por cento ao ano e não dá sinais de desaquecimento. "As pessoas não pararam de baixar filmes e músicas e de compartilhar fotos" , afirmou o executivo. "A dinâmica fundamental que nos moveu (para a compra) não entrou em queda," completou.
Por isso, ainda que o cenário seja de crise, ele disse que a EMC comprou a Iomega em junho do ano passado "e o faria de novo", diante do potencial de crescimento que vê para esse negócio.
Segundo ele, as pessoas não dispõem de recursos para trocar de computador pessoal cada vez que sua capacidade de armazenamento se esgota. E com a disseminação de vídeos, fotos e música pela Internet, "hoje é muito fácil ficar sem capacidade de armazenamento", apontou.
Além disso, muitos querem manter os dados em um dispositivo sob seu controle, ao invés de armazená-los na Internet, no chamado "cloud computing", como os serviços oferecidos pelo Google, por exemplo.
A Iomega, segundo ele, tem 20 por cento do mercado mundial e vendeu 4 milhões de HDs externos no ano passado, em um segmento que movimenta 7 bilhões de dólares por ano.
PREÇOS 4 VEZES MAIORES QUE NOS EUA
Schwartz afirmou que o preço dos HDs externos vendidos no Brasil são quatro vezes maiores que nos Estados Unidos e atribuiu o fato a "uma ineficiente cadeia de distribuição".
Segundo ele, a fabricação local pode reduzir essa lacuna, mas só ela não faria tudo --os preços ainda ficariam duas vezes maiores, segundo o executivo.
Por isso, a estratégia da EMC para a linha Iomega será credenciar mais de um distribuidor (hoje só a Controlenet distribui os produtos da marca em todo o Brasil), além de fazer acordos diretamente com as grandes redes de varejo.
Segundo ele, os preços devem cair "entre 25 e 45 por cento" em um período de 90 a 120 dias.
A companhia passou a contratar produção terceirizada de alguns sistemas de armazenamento de dados no ano passado, com a Celéstica, que tem unidade fabril em Campinas (SP). De acordo com Scwartz, a empresa pretende "explorar a possibilidade de fazer o mesmo com os produtos Iomega".
Site: INFO
Data: 20/01/2009
Hora: 22h53
Seção: Plantão
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Link: http://info.abril.com.br/aberto/infonews/012009/20012009-42.shl