Pesquisa realizada pela Abinee entre suas associadas revela que para 90% das empresas consultadas, o impacto da crise cresceu no mês de janeiro. Para 72%, as vendas/encomendas neste período caíram em relação a janeiro do ano passado e, também, na comparação com dezembro/2008.
A pesquisa constatou, ainda, que continuaram ocorrendo cancelamentos e reprogramações dos pedidos em carteira para parcela significativa dessas empresas. Os setores mais atingidos foram aqueles que comercializam produtos seriados, de curto ciclo de vendas, os chamados produtos de prateleira.
Neste caso estão os telefones celulares, desktops, notebooks, material elétrico de instalação, equipamentos de instrumentação e utilidades domésticas, além de alguns equipamentos industriais como motores elétricos, entre outros.
Quanto aos componentes elétricos e eletrônicos, o agravamento da crise internacional está dificultando ainda mais os negócios desta área por refletir diretamente o que ocorre com os bens finais.
A sondagem da Abinee ressalta que, antes mesmo da crise, esta área era a que estava demonstrando o desempenho mais modesto do setor, e a que mais encontrava dificuldades em concorrer com os produtos importados.
Por sua vez, observa ainda o levantamento da entidade, os bens vendidos sob encomenda, normalmente destinados a projetos de infraestrutura e investimentos produtivos, ainda mantêm um nível de atividade razoável, devido à carteira de encomendas formada em 2008, e, apesar da ocorrência de cortes e reprogramações, ainda mantém um nível razoável de atividade de seus fabricantes. Porém, também nestes casos, novas encomendas estão escassas e, desta forma, se não ocorrer a retomada dos investimentos, poderá haver consequências a partir do 2º semestre.
Assim continuaram ativos os segmentos de infraestrutura de telecomunicações, equipamentos industriais vendidos sob encomenda, geração, transmissão e distribuição de energia, material elétrico de instalação (comercializado com construtoras com obras em andamento) e automação industrial.
O levantamento da Abinee pontua que as empresas continuam se ressentindo da dificuldade de crédito, porém este ponto não tem sido colocado como o fator principal para a queda dos negócios. Atrelam as dificuldades atuais à crise de expectativa, uma vez que não percebem os reais fatores para o atual estado dos negócios. Acreditam que, ainda em fevereiro, os negócios estarão em nível baixo, e que a recuperação das atividades deverá ocorrer a partir de março, mês que poderá ser um bom indicador do tamanho da crise.
De qualquer forma, a expectativa para o 1º trimestre e para o ano de 2009, se deteriorou em relação a dezembro, uma vez que o percentual de empresas que prevê queda de vendas nestes períodos passou de 55% e 38% dos informantes, respectivamente, para 69% e 56%, em janeiro.
Site: Convergência Digital
Data: 06/02/2009
Hora: 12h00
Seção: Governo
Autor: ------
Link: http://www.convergenciadigital.com.br/cgi/cgilua.exe/sys/start.htm?infoid=17692&sid=7