Sondagem revela que 72% das vendas/encomendas caíram neste período
Sondagem feita pela Associação Brasileira da Indústria Eletroeletrônica (Abinee) entre suas associadas revela que, para 90% das empresas consultadas, o impacto da crise cresceu no mês de janeiro. Para 72%, as vendas/encomendas neste período caíram em relação a janeiro do ano passado e, também, na comparação com dezembro de 2008. O levantamento constatou, ainda, que continuaram ocorrendo cancelamentos e reprogramações dos pedidos em carteira para parcela significativa dessas empresas (67%).
Os setores mais atingidos foram aqueles que comercializam produtos seriados, de curto ciclo de vendas, os chamados produtos de prateleira, tais como telefones celulares, desktops, notebooks, material elétrico de instalação, equipamentos de instrumentação e utilidades domésticas, além de alguns equipamentos industriais como motores elétricos, entre outros.
Quanto aos componentes elétricos e eletrônicos, o agravamento da crise internacional está dificultando ainda mais os negócios desta área por refletir diretamente o que ocorre com os bens finais. A entidade ressalta que, antes mesmo da crise, esta área era a que estava demonstrando o desempenho mais modesto do setor, e a que mais encontrava dificuldades em concorrer com os produtos importados.
Por sua vez, os bens vendidos sob encomenda, normalmente destinados a projetos de infraestrutura e investimentos produtivos, ainda mantêm um nível de atividade razoável, devido à carteira de encomendas formada em 2008, e, apesar da ocorrência de cortes e reprogramações, ainda mantém um nível razoável de atividade de seus fabricantes. Porém, também nestes casos, novas encomendas estão escassas e, desta forma, se não ocorrer a retomada dos investimentos, poderá haver consequências a partir do 2º semestre deste ano.
Assim, continuaram ativos os segmentos de infraestrutura de telecomunicações, equipamentos industriais vendidos sob encomenda, geração, transmissão e distribuição de energia, material elétrico de instalação (comercializado com construtoras com obras em andamento) e automação industrial.
Segundo a Abinee, as indústrias do setor eletroeletrônico estão se ajustando à nova realidade racionalizando os processos de gestão e de produção, fato que deverá ser percebido no nível de emprego do setor. Conforme pesquisa, 33% das empresas dispensaram pessoal. Dados apurados pela entidade, ainda preliminares, indicam que o total da mão-de-obra empregada pelo setor foi reduzido em 3 mil trabalhadores nos meses de novembro e dezembro de 2008.
As empresas continuam se ressentindo da dificuldade de crédito, porém este ponto não tem sido colocado como o fator principal para a queda dos negócios. Atrelam as dificuldades atuais à crise de expectativa, uma vez que não percebem os reais fatores para o atual estado dos negócios. Conforme o levantamento, os problemas estão sendo potencializados pelo efeito sazonal do início do ano, que normalmente é de baixo volume de negócios, e que o desempenho do setor, no momento, não pode ser extrapolado para todo o ano. Acreditam que, ainda em fevereiro, os negócios estarão em nível baixo, e que a recuperação das atividades deverá ocorrer a partir de março, mês que poderá ser um bom indicador do tamanho da crise.
De qualquer forma, a expectativa para o 1º trimestre, e para o ano de 2009, se deteriorou em relação a dezembro, uma vez que o percentual de empresas que prevê queda de vendas nestes períodos passou de 55% e 38% dos informantes, respectivamente, para 69% e 56%, em janeiro. As exportações não têm sido uma boa alternativa para as empresas, uma vez que, em janeiro, mais de 60% dos exportadores indicaram que esses negócios apresentaram queda, na comparação com igual período do ano anterior, e 51%, na comparação com dezembro de 2008, fato atribuído à retração do mercado mundial.
Site: TI Inside
Data: 06/02/2009
Hora: 20h11
Seção: ------
Autor: ------
Link: http://www.tiinside.com.br/News.aspx?ID=117196&C=265