Indústrias de Informática e Telecom, apesar da crise, lucraram em 2008

18/02/2009

A crise econômica que derrubou as vendas no quarto trimestre aliada à supervalorização do Real frente ao dólar nos primeiros meses de 2008 impactaram os negócios, mas as indústrias de Informática e Telecomunicações fecharam o período no 'azul'.

O faturamento de Informática ficou em R$ 35.278 bilhões, um crescimento de 12% em relação a 2007. Já em Telecom, o faturamento ficou em R$ 21,54 bilhões, um incremento de 23% em relação a 2007, de acordo com dados divulgados pela Abinee.

Para 2009, segundo a entidade, mesmo com o impacto da crise e com a expectativa de uma reversão de cenário no segundo semestre, o faturamento da indústria eletroeletrônica deverá crescer 4%, alcançando R$ 128,6 bilhões.

Os dados consolidados de 2008 foram divulgados numa coletiva de imprensa, nesta terça-feira, 17/02, na capital paulista, pelo presidente da Associação Brasileira da Indústria Elétrica Eletrônica (Abinee), Humberto Barbato, e pelo diretor de Telecomunicações da entidade, Paulo Castelo Branco.

O faturamento da indústria eletroeletrônica cresceu 10% no ano de 2008, comparado com 2007, atingindo R$ 123,1 bilhões. Considerando que ocorreu deflação de 1,3% nos preços do setor, o crescimento do faturamento real atingiu 11,5%.

Para 2009, em função da retração econômica, o faturamento da indústria eletroeletrônica deverá crescer 4%,, na comparação com 2008, totalizando R$ 128,6 bilhões. As vendas para o exterior de produtos elétricos e eletrônicos deverão atingir US$ 9,2 bilhões, valor inferior do verificado em 2008, US$ 9,9 bilhões.

Ainda de acordo com a Abinee,a desvalorização cambial - o dólar ganhando força diante do Real - deverá beneficiar a indústria, de fato, com o aumento da competitividade no mercado interno. Em função disso e somada a própria retração do mercado interno, as importações deverão apresentar queda de 13%, passando a US$ 28,0 bilhões contra US$ 32,0 bilhões verificados no ano passado.

Para a Abinee, o  reflexo mais evidente da crise - deflagrada no meio de setembro, nos Estados Unidos - foi a desaceleração do crescimento do faturamento da indústria eletroeletrônica no 4º trimestre de 2008, que ficou apenas 1% acima do mesmo período do ano anterior, índice muito abaixo do verificado nos trimestres anteriores, que estiveram sempre acima de 10%.

2009: Investimentos em infraestrutura para reverter falta de confiança

As exportações, alerta ainda a Abinee, mostraram-se, pelo menos no curto prazo, que não serão uma alternativa para a recuperação do setor, apesar do ganho de competitividade decorrente da desvalorização cambial, com retração de 5% no 4º trimestre comparado com igual período de 2007, passando de US$ 2,5 bilhões para US$ 2,4 bilhões. A média de crescimento das exportações no período de janeiro a setembro foi da ordem de 10%.

Quanto às importações, ressaltou o balanço da Abinee, também se apresentaram como um importante indicador da queda do mercado de produtos elétricos e eletrônicos, com crescimento de apenas 7% no período em questão, frente ao crescimento de 43% no período de janeiro a setembro.

Para reverter o cenário - falta de confiança e queda da demanda - a Abinee ressalta a importância de o governo investir em infraestrutura. "Temos apontado ao governo esta necessidade para que tenhamos um segundo semestre positivo", destacou Humberto Barbato, presidente da entidade.

Segundo ele, os investimentos em infraestrutura poderão, ainda, ter um efeito multiplicador, contribuindo, inclusive, para a recuperação da confiança e retomada dos segmentos de bens de consumo, como informática e telecomunicações. Durante a coletiva, foram apresentados os dados consolidados do setor eletroeletrônico em 2008, que apontaram crescimento de 10%, comparado com 2007, atingindo R$ 123,1 bilhões.

Paulo Castelo Branco, diretor de telecomunicações da Abinee, disse que a crise de confiança no quarto trimestre do ano passado prejudicou os negócios das empresas, que vinham crescendo a taxas superiores a 30% até setembro de 2008.

“No quarto trimestre, em função da crise, houve uma forte desaceleração e encerramos o ano com crescimento de 23% em relação a 2007. Esta queda está ligada, principalmente, a retração de 12% na comercialização de aparelhos celulares nos últimos três meses do ano”, completou.

*Com informações da Assessoria da Abinee

Site: Convergência Digital
Data: 17/02/2009
Hora: 14h11
Seção: Governo
Autor: Ana Paula Lobo
Link: http://www.convergenciadigital.com.br/cgi/cgilua.exe/sys/start.htm?infoid=17838&sid=7