Membro do Conselho da Klabin e presidente da Associação Nacional de Papel e Celulose e ex-presidente da Fiesp, Horácio Piva, participou da abertura da 13ª edição do SAP Forum 2009, realizada nesta terça-feira, 03/03, na capital paulista.
Ele comentou o cenário econômico brasileiro para executivos do setor presentes à solenidade. Apesar do bom-humor na sua apresentação, Piva lamentou o fato de o Brasil estar tão distante das demais economias globais quando o assunto é a competitividade.
"O Brasil é retardatário quando o tema é a competitividade", afirmou. "Os últimos dez a 15 anos até chegaram a das um gostinho do nosso potencial e daquilo que poderíamos ter feito, mas essa força logo desapareceu", observou Piva, acrescentando que o tempo político no Brasil é diferente do econômico. “O tempo político é muito mais lento e esta falta de sentido de emergência é que preocupa.”
Do ponto de vista do economista, falta ao País estabelecer um projeto e definir aonde exatamente quer chegar. Ele lembra que os mercados maduros precisam de mercados emergentes para crescer e que o Brasil é um deles. “Há extraordinárias oportunidades, mas precisamos de políticas mais inteligentes, que acabem com o desperdício dessas oportunidades”, diz.
“O Brasil não tem risco natural, não tem problema de fronteiras ou de racismo, entre outras características positivas. Estamos prontos para resolver problemas, mas ao invés disso ficamos patinando”, completa.
Para recuperar o atraso – ou parte dele –, Piva diz que o País tem de se livrar da “Síndrome do descobrimento”. “O empresário brasileiro precisa de coragem e fé, além de perder menos tempo com Brasília”, sugere o economista.
Segundo ele, também é necessário livrar-se da dinâmica de curto prazo: não dá para fazer planos para uma ou duas semanas, mas para os próximos dez, 15 ou 20 anos.
Traçado este cenário, Piva comentou a importância da tecnologia no mundo corporativo, que vive em meio a instabilidade, constantes mudanças e carece de reflexões.
“Não há mais vida empresarial sem tecnologia. O grande desafio dos executivos hoje é fazer com que todo o aparato tecnológico seja utilizado em favor do entendimento de todas as diferenças e discrepâncias existentes entre as diferentes economias do mundo”, garante Piva.
Na opinião do economista, o mundo hoje é governado por informações. “As organizações são bombardeadas por informações e precisam saber utilizá-las em favor de seus negócios”, reforça. Piva destacou ainda que há quatro megatendências muito bem definidas e aqueles que souberem se preparar para enfrentá-las terão sucesso.
As megatendências incluem a questão demográfica, em que a crescente população ativa permitirá atender à demanda físico-financeira; a ciência e tecnologia, que já prevê inteligência não biológica; recursos naturais, que devem ser explorados de forma mais inteligente; globalização, que coloca fim às fronteiras econômicas; e a governança corporativa.
Aos executivos e CIOs presentes ao SAP Forum 2009, Piva foi direto: “estão querendo meter a mão no dinheiro de vocês neste momento de crise. A área de vocês ainda é vista mais como custo do que como investimento”.
O economista foi mais além: “Perguntem, não tenham medo das respostas, negociem, criem padrões para isso e assim caminharão para frente", aconselhou o economista.
Por sua vez, o presidente da SAP América Latina, Rodolpho Cardenuto, ao falar na solenidade foi taxativo: "Evoluir não é opção, mas uma necessidade". O tema do SAP Forum 2009 é "Evolução para um mundo em Transformação".
Site: Convergência Digital
Data: 03/03/2009
Hora: 16h00
Seção:Negócios
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Link: http://www.convergenciadigital.com.br/cgi/cgilua.exe/sys/start.htm?infoid=17944&sid=5