A montagem/fabricação local de placas-mãe (motherbord) será um diferencial competitivo no segmento de netbooks no Brasil. Esta é a posição defendida pela Tecnoworld, a mais nova fabricante a entrar neste segmento.
A partir de abril, a empresa disponibiliza o 'e-mob', com processador Atom, da Intel, e tela de 10,2 polegadas, com sistemas operacionais Linux e Windows XP. O primeiro lote produzido no país é de 15 mil unidades.
A comercialização, neste primeiro momento, será através do Extra.com. Para o diretor comercial da Tecnoworld, Decio Libertini, a consolidação de fabricantes de notebooks/netbooks será inevitável.
O lançamento é uma iniciativa a mais da fabricante, que como todas as demais do setor, também teve que 'enxugar' o quadro em função da queda de demanda sentinda nos últimos meses por ocnta da crise financeira mundial, refletida na economia brasileira.
"Não escapamos de ter de demitir na nossa planta de Manaus, onde fabricamos uma série de produtos em regime de OEM(Original Design Mananufacturer). Houve,sim, uma forte retração de pedidos", destacou Libertini, em entrevista exclusiva ao Convergência Digital. O executivo diz que a linha de netbooks é uma iniciativa para ampliar e aproveitar a capacidade fabril da Tecnoworld.
A linha de netbooks poderá representar de 10% a 15% na receita total da empresa e prefere não afirmar se ela será capaz, por exemplo, de determinar recontratações. "Temos outras áreas nas quais acreditamos um pouco mais, como os setup-box para cabo e IPTV. Mas é claro que queremos a retomada da produção", diz.
Negociação com as teles e novos canais no varejo
Uma das ações da Tecnoworld para acelerar o processo de vendas do netbook e-Mob, que tem processador Intel Atom de 1,6 GHZ, tela de 10,2 polegadas e bateria de seis células, com duração estimada entre 3,5 e 5,0 horas é negociar a venda do equipamento a partir de parcerias com as operadoras móveis, interessadas em fomentar a venda dos modems 3G.
"Já começamos a negociação com todas as operadoras. Não temos nenhuma fechada ainda, mas sabemos que os netbooks são um atrativo para as teles oferecerem aos seus clientes. Podemos ter o e-Mob, da nossa marca, ou fazer o produto em OEM, com a marca da própria tele", explica Libertini. Para ele, essa diversificação, aliás, é um diferencial competitivo da empresa.
"Como somos montadores de placas-mãe temos um grande diferencial porque a nova regra do PPB para notebooks exige 75% de nacionalização dos componentes. Nem todos os concorrentes atuam nesta área.Acreditamos realmente que haverá uma consolidação de fornecedores", diz o diretor da Tecnoworld. No Brasil, hoje, empresas como a Positivo Informática, ASUS, HP, Dell e outras já produzem netbooks localmente.
Apesar de apostar nos netbooks, a estratégia da Tecnoworld é cautelosa. A empresa planejou vender 15 mil unidades nos meses de abril, maio e junho. "Se atingirmos esta meta, estamos cumprindo nosso objetivo inicial e poderemos rever o volume de produção", observa Libertini.
Como já tinha a capacidade fabril, os aportes de recursos na linha não são considerados elevados - R$ 500 mil. A fabricante também planeja ampliar o canal de distribuição no varejo. "Sabemos que este é um diferencial e também já negociamos outros parceiros", completa o diretor comercial da Tecnoworld.
Site:Convergência Digital
Data: 19/03/2009
Hora: 12h00
Seção:Negócios
Autor: Ana Paula Lobo
Link:http://www.convergenciadigital.com.br/cgi/cgilua.exe/sys/start.htm?infoid=18156&sid=5